Nos séculos XV e XVI, foram descritas as primeiras tentativas em transplantar tecidos de pessoas e animais e, pelo método ser ainda rudimentar, as infecções matavam os pacientes. No entanto, no século XXI, mesmo com a tecnologia em seu ápice, o número de doadores de órgãos, no Brasil, é baixo devido à desinformação de familiares e também de profissionais da saúde, gerando uma grave crise na lista de espera dos receptores, sendo que um doador, salvaria vinte e cinco vidas. Sabe-se que o maior obstáculo para a doação é a falta de informações disponíveis para os familiares que, por sua vez, nunca debateram sobre o assunto. Fato que se comprova por uma pesquisa realizada pela ABTO, que mostra como 47% o número de familiares que se recusaram a doar órgãos de parentes, uma vez que não conheciam o processo e temiam pelo corpo do ente falecido, desinformação que se fosse revertida, salvaria milhares de pacientes que aguardam por um doador. Além disso, ainda é grande o número de profissionais da saúde que desconhecem a lei do transplante. Segundo Bartira, professora da UNIFESP, 56% dos alunos de medicina relataram nunca terem participado de aulas sobre transplante, evidenciando que o problema tem suas raízes no próprio meio hospitalar, já que enfermeiros e médicos formados também participam desse índice, disseminando o aumento de pacientes que morrem na fila de espera. Fica evidente, portanto, que o sistema de doação de órgãos ainda é precário no país, logo, é necessário que ABTO estabeleça parceria com a mídia, expondo semanalmente em rádio e televisão debates e informações sobre a doação, além de tirar dúvidas da população por meio de sites e telefone, implantando em curto prazo. Ademais, os Ministérios da Saúde e Educação devem se unir e disponibilizar palestras em escolas, para tornar as futuras gerações mais conscientes do problema, além de tornar obrigatório tal assunto na grade de todos os universitários da área da saúde, ensinando sobre procedimento e leis, estabelecendo em curto prazo.