Na Antiguidade Grega, o teatro foi uma forma de manifestação cultural muito expressiva para o povo grego, onde utilizavam máscaras e atuavam em tragédias, comédias e dramaturgos. Os estádios gregos reuniam milhares de pessoas para prestigiarem os espetáculos. Contudo, escravos e mulheres eram proibidos de terem acesso às atrações culturais. Hodiernamente, tal cenário vivido na Grécia Antiga assemelha-e à lenta democratização do acesso à cultura presente no Brasil. Nesse sentido, observa-se que a igualdade no acesso à produção cultural é um desafio no Brasil, o qual ocorre, infelizmente, devido não só à desigualdade econômica, mas também aos ínfimos investimentos destinados à esse setor. Em primeira análise, cabe pontuar que nos últimos anos, o Brasil incentivou o acesso à cultura, por exemplo com a criação do vale-cultura para os trabalhadores. Entretanto, a patente desigualdade econômica presente no país configura-se como um grande empecilho no acesso às produções culturais, visto que a parcela desafortunada da população encontra obstáculos na aquisição de livros, bem como ingressos de cinema e teatro. De acordo com dados do Portal G1, 10% dos mais ricos do Brasil são responsáveis por cerca de 40% de todo o consumo cultural do país. Destarte, é inadmissível que tal desarmonia cultural perdure na sociedade. Faz-se mister, ainda, salientar os ínfimos investimentos destinados ao setor da cultura como impulsionador do desafio de democratizar o acesso à produção cultural. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 0,2% do gasto público do Brasil é aplicado no setor cultural. Sob essa ótica, conclui-se que a produção cultural não se sustenta de forma independente, portanto, fica à mercê do financiamento da iniciativa privada ou da abertura de editais de empresas estatais, fato que impõe produtores de livros, artistas do teatro e do cinema, bem como a população à uma situação vexatória. Dessa forma, é imprescindível que o Estado priorize os investimentos no setor cultural. Diante dos fatos supracitados, infere-se que medidas precisam ser tomadas para assegurar a democratização do acesso à cultura no Brasil. Em virtude disso, cabe ao Governo Federal garantir o acesso igualitário da população às produções culturais, por intermédio do repasse de verbas para o Ministério da Cultura, com o objetivo de construir bibliotecas, teatros e cinemas em vários municípios brasileiros, especialmente onde tais estruturas estão em situação precária ou não estão presentes. Ademais, o setor financeiro do governo Federal deverá promover a redução dos valores de ingressos e livros, por meio de parcerias público-privadas, com o fito de favorecer que a parcela desafortunada da população desfrute dos entretenimentos culturais. Desse modo, a realidade distanciar-se-á da Antiguidade Grega e o acesso à cultura será democratizado no Brasil.