Segundo Kant, notório filósofo moderno, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Nesse sentido, um ensino de economia financeira de qualidade torna-se essencial para a construção de uma nação que possui consumidores conscientes. No entanto, devido a aspectos culturais brasileiros, essa vertente educacional é negligenciada, o que gera inúmeros danos ao país. Desde o período da colonização, em virtude de um forte processo de exploração, a moral nacional é construída de forma que desprivilegia a autonomia. Tal fato pode ser observado no sistema educacional vigente, que nega aos jovens a escolha, empregando a todos um programa único e inflexível. Como consequência, nota-se a supressão da livre iniciativa, que faz com poucos cidadãos invistam em empresas e bolsas de valores, o que resulta em empecilhos ao desenvolvimento do capitalismo nacional. Além disso, outro grande problema é a ausência de matérias que objetivem a construção de um planejamento familiar. Nesse cenário, a matemática, que possui função social, é ensinada apenas de forma técnica, o que faz com estudantes vejam pouca aplicabilidade no cotidiano. Em virtude disso, cresce, a cada ano, segundo dados do IBGE, o número de inadimplentes nos sistemas de créditos nacionais, devido a não reflexão no longo prazo ao consumir, o que faz com que as famílias gastem mais do que suas rendas permitem. Portanto, tendo em vista os gargalos decorrentes da negligência estatal com a educação financeira, faz-se necessária uma transformação sistêmica que vise a construir uma nova geração autônoma e consciente. Para isso, o Ministério de Educação, deve permitir aprofundamento em determinadas matérias no ensino médio de acordo com a escolha dos próprios alunos em horário complementar ao da grade regular. Ademais, prefeituras, por meio de suas secretarias de educação, devem conferir papel social à matemática no ensino primário, ensinando os alunos a realizar um planejamento familiar eficiente e oferecendo palestras a comunidade local. Em adição, a mídia deve criar propagandas que incentive o espírito empreendedor, motivando a sociedade a abrir empresas e investir em negócios independentes.