Mais da metade das famílias brasileiras estão endividadas segundo o levantamento feito pelo CNC em 2016. Um dado preocupante para a saúde financeiro do brasileiro, que motivada, muitas vezes, pelo consumismo, assume dívidas que poderiam ser menores ou nem existir se houvesse um bom planejamento de compra. Em primeiro lugar, é necessário, compreender que como consumidora a população está exposta ao mercado que por si oferece produtos necessários e úteis, e outros nem tanto. Com isso, sem uma prévia educação financeira, as pessoas são induzidas através de comerciais a adquirir produtos sem qualquer avaliação de sua necessidade, como citado pelo personagem Tyler Durden em Clube de Luta: “Temos empregos que odiamos para comprar coisas que não precisamos!”. A situação citada representa a conjuntura de grande parte da população que se degrada em seu trabalho para ter a possibilidade de adquirir produtos de alto valor agregado, mesmo resultando em um grande endividamento. Em segundo lugar, deve-se ter em conta que, devido ao alto consumo, propostas de pagamentos posteriores como dos cartões de crédito são extremamente atrativas para a população. No entanto, a má utilização dessa ferramenta de compras ocasiona um enorme desequilíbrio financeiro. Cerca de 77,3% das dívidas familiares estão relacionadas ao cartão de crédito, segundo a CNC em 2016, de certo um dado assustador, mas tem sua razão, visto que a população não possui conhecimento de planejamentos financeiros e não dispõe do hábito de utilizar planilhas de despesas e receita de acordo com o SPC Brasil. Logo, não tem absoluta certeza do que pode ou não comprometer de sua renda e é surpreendida ao discriminar todas as despesas. É preciso, portanto, de uma série de ações para educar os atuais e futuros consumidores, iniciando o processo nas escolas com projetos das Secretarias de Educação, inserindo trabalhos em sala sobre gastos e planejamento, utilizando situações hipotéticas de acordo com a realidade de cada faixa etária com o propósito de tornar o controle financeiro um hábito para a nova geração. Logo, para a população em geral, serão criadas cadernetas do consumidor pelos Ministérios do Trabalho e da Fazenda e distribuídas por suas distintas secretarias, que contarão com casos reais ou hipotéticos de compras planejadas e não planejadas e suas diferenças, contarão também com planilhas de gastos a serem preenchidas pelo consumidor, dessa forma será inserida a administração financeira no cotidiano de todo o mercado consumidor.