A vinda da corte portuguesa para o Brasil em 1808 trouxe consigo uma série de práticas da nobreza europeia. Dentre elas, esteve o gosto por artigos de luxo como forma de prestígio social. Consequentemente, ainda existem vestígios dessa realidade, incorporada pela sociedade brasileira, que fazem com que a situação financeira da maioria dos brasileiros se torne delicada, seja pelo consumismo, seja pela falta de planejamento. Em primeiro plano, é importante destacar a necessidade apresentada por muitas pessoas de comprar produtos que, na verdade, não precisam. Steve Jobs, fundador da “Apple”, ao afirmar que “as pessoas não sabem o que querem, até mostrarmos a elas”, deixou claro que a publicidade consegue persuadir consumidores, levando-os a, além de problemas financeiros, transtornos psicológicos. A necessidade de autoafirmação, fomentada principalmente pela ascensão social à classe média, também contribui para essa realidade, podendo causar ansiedade e até mesmo depressão. Vale considerar, também, a Globalização e os seus efeitos diretos na vida das pessoas. A tecnologia proporcionou o oferecimento de serviços antes inimagináveis, como a entrega de produtos vindos da China na casa de consumidores no interior do Brasil. Entretanto, com a falta de planejamento e de controle financeiro, essa realidade pode se tornar um obstáculo na vida de muitas pessoas, causando dívidas. Para que essas dívidas sejam controladas, muitos brasileiros se valem de empréstimos com altos juros, aumentando o valor a ser quitado e transformando a situação em um ciclo vicioso interminável. Fica claro, portanto, que a educação financeira brasileira é falha e precisa da atenção de todos os setores da sociedade. Para que esse contexto se reverta, faz-se necessária a ação do governo oferecendo cursos com economistas à população a fim de disseminar informações acerca de formas de adquirir melhores hábitos. A mídia também pode atuar estimulando, por meio de propagandas, o consumo inteligente. Por fim, a família e a escola devem trabalhar em conjunto mostrando a crianças a importância do controle de gastos para que, assim, elas cresçam como adultos responsáveis e conscientes de seu papel na sociedade.