Desde a Revolução Industrial do século XVIII e, por conseguinte, a inserção do meio técnico-científico-informacional na sociedade contemporânea, o homem precisou adaptar seus hábitos de forma radical. Uma das habilidades necessárias foi e continua sendo a educação financeira. Entretanto, o Brasil demonstra um significativo atraso no que tange ao assunto, admitindo origens familiares e governamentais. É indubitável que a questão cultural se insere no contexto das famílias brasileiras e na educação financeira, transmitida às gerações futuras de forma direta e indireta. Para o sociólogo Émile Durkheim, o fato social é um fenômeno coletivo de pensamento e de ação, dotado de exterioridade e coatividade. Analogamente, percebe-se que a educação financeira é pouco tratada no âmbito familiar. A falta de incentivo para poupar, aliado ao descontrole de gastos por parte dos pais é frequentemente constatado no Brasil. Desse modo, cria-se uma geração financeiramente imprudente e despreparada para um futuro estável. Outrossim, é necessário destacar a precariedade do ensino brasileiro em relação à finanças. De forma geral, a matriz educacional do país é rica em conteúdo. Entretanto, tais matérias são, além de mal apresentadas, irrisórias para o futuro do aluno. Segundo o filósofo Thomas Hobbes, um governo instruído e sábio reconhece as necessidades de desenvolvimento de sua sociedade, o que não ocorre em território brasileiro. Países como os EUA e o Canadá, que, além de uma matriz mais flexível, possuem matérias que englobam a educação financeira, deveriam servir de exemplo para o governo brasileiro. Entende-se, portanto, que com a continuidade de uma educação financeira precária, a sociedade brasileira regride no processo de formação social. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve oferecer palestras nacionais de economistas que instruam pais e responsáveis a incentivarem a responsabilidade econômica nos mais novos, as quais devem ser amplamente divulgadas pela mídia nacional. Além disso, a flexibilização na matriz educacional por parte do Ministério da Educação também se faz necessária, através de moldes internacionais bem sucedidos, atrelando os ensinos básicos, como a Matemática, com finanças. Desse modo, esse fato social será minimizado em longo prazo.