"Dinheiro na mão é vendaval". No trecho da canção de Jorge Aragão, inspirada no modo de vida do brasileiro, percebe-se que essa sociedade tem pouco controle sobre seus gastos. Essa analogia do dinheiro com um fenômeno da natureza, reforça o descontrole econômico vivido por esses cidadãos. Nesse sentido, além das crises sociais advindas da má gestão, problemas pessoais podem ser evidentes. Dessa forma, é necessário a construção de bons hábitos para reverter esse cenário. Em uma primeira análise, o modelo educacional adotado nas escolas do Brasil é um dos grandes responsável pelo caos financeiro nos lares desse País. Na escola de Platão e nos Liceus de Aristóteles, a educação dos seus discentes era voltada para o controle da vida usando a razão. No entanto, com a vigente ideologia implantada nos centros educacionais brasileiros, pouco se preocupa em preparar o aluno para a vida em sociedade. Dessa forma, sem acompanhamento também da família, os indivíduos crescem sem rumo financeiro e com pouca maturidade econômica, uma vez que a finalidade delas é unicamente conduzir os seus para a universidade. Sendo assim, é crescente o número de pessoas endividadas, com seus nomes na lista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e mal vista pela sociedade. É importante ressaltar, ainda, que a partir disso, a vida pessoal e sentimental de muitos indivíduos pode ser afetada. Mesmo mais preparados para lidar com questões econômicas, a crise imobiliária da década passada levou a muitos estadunidenses a depressões profundas. Nesse sentido, no Brasil, é grande o número de pessoas que vivem com problemas de saúde devido à deficiência na educação financeira. A ingerência nessa área da vida, além dos problemas psicológicos, tem levado a muitos ao suicídio ou a serem mortas e vitimadas por dividas adquiridas junto a agiotas e criminosos. Dessa forma, o pouco controle sobre as finanças pode custar muito mais que dinheiro. Fica evidente, portanto, que o descontrole financeiro do brasileiro está relacionado a sua pouca conscientização e imaturidade nessa área. Para que isso mude, primeiramente, as escolas devem promover a inserção da discussão em disciplinas como, por exemplo, matématica e sociologia, desde a mais tenra idade, a fim de desenvolver cidadãos mais preparados para lidar com a questão econômica familiar. Outrossim, elas podem proporcionar palestras e eventos auxiliados por psicólogos e economistas, com a participação da família, com o intuito de conscientizar as pessoas a viverem melhor e pouco individadas. Por fim, a mídia pode abrir seu espaço para vincular programas de educação financeira na televisão e no rádio, com a finalidade de orientar e dinfundir visões economicamente sustentáveis. Assim sendo, a canção "Pecado capital" poderá não ter tanto sentido.