Na época das grandes navegações, o dinheiro bem administrado esteve na pauta dos interesses, quando o acumular riquezas significava supremacia e desenvolvimento. Partindo desse cenário, é válido analisar a educação financeira de hoje com vistas para uma sociedade brasileira com hábitos bastante consumistas. A princípio, depois de importar o estilo de vida norte-americano, baseado no consumismo exacerbado, a população brasileira, em parte, passou a se apresentar mais endividada, como é observado nos noticiários. Esse quadro é resultado, sobretudo, de hábitos imaturos pelos quais muitos cidadãos gastam mais dinheiro do que possuem, graças aos cartões de crédito, responsáveis pelo parcelamento de algumas compras. Assim, paulatinamente, as dívidas se transformam em grandes vilões ao ponto de as pessoas não conseguirem mais quitá-las. Como justificativa para isso está o Serviço de Proteção ao Crédito, SPC. Por este, em pesquisa realizada, 85% das pessoas não se planejam antes das compras. Além disso, outro fator relevante é a busca pelo prazer imediato, o qual impulsionam as pessoas não só a consumirem sem cautela, mas também a esquecerem dos investimentos financeiros prioritários para seu futuro. Nesse sentido, possuir roupa da moda pode se tornar mais importante do que direcionar o dinheiro para ações rentáveis, como a poupança, a fim de, por exemplo, suprir despesas posteriores com estudos. Logo, em analogia, enquanto os homens gastam hoje, embora precisem amanhã, as formigas demonstram melhor organização ao pouparem comida no verão para consumirem no inverno, quando mais necessitam. Como prova do exposto, ainda segundo o SPC, 74% dos entrevistados não possuem investimentos fixos. Diante desse contexto, é notória a deficiente educação financeira de muitos brasileiros por não possuírem, às vezes, planejamento e pensamentos futuros. É necessário ao Estado, portanto, o reforço no ensino primário escolar sobre a importância em as crianças pouparem suas rendas para a posteridade. Ademais, nas famílias é imprescindível aos pais educarem seus filhos acerca dos conhecimentos sobre o uso do cartão de crédito ou empréstimos descontrolados, no intuito de formar cidadãos compromissados com a qualidade financeira não só pessoal, mas do Brasil, em geral.