Segundo Émile Durkheim, sociólogo francês, as instituições sociais são mecanismos de organização da sociedade, em que a família e o Estado são partes dessas e possuem importância fulcral na transmissão de valores. Não obstante, garantir a educação financeira por parte desses institutos é um desafio a ser enfrentado no Brasil. Isso se evidencia não só pela negligência familiar em elucidar as pessoas desde a infância acerca da gestão financeira, como por falta de investimento do poder público nesse setor. No que se refere ao papel da família, o debate sobre a educação financeira não ocorre de forma eficaz. Segundo com a pesquisa de Inadimplência do Consumidor, mais de 63% dos brasileiros estão endividados. Nesse contexto, nota-se que a sociedade não tem acesso à educação financeira quando criança, consequentemente, o resultado é uma sociedade com dívidas. Dessa maneira, é intolerável que a família não promova esclarecimentos sobre uma prática tão importante. Ademais, há uma evidente falta de investimento público para promover a educação financeira. De acordo com a economista Ana Paula Bastos, os indivíduos têm o hábito de comprar por impulso. Diante disso, há um desamparo do Estado na promoção de um plano educativo que auxiliem jovens e adultos a controlarem suas economias. Logo, é inadmissível que em um país cuja cobrança de impostos é tão alta, tenha fatores cruciais, como a educação social em relação às suas finanças, negligenciados. Fica claro, portanto, que gerir questões financeiras de forma diligente é um problema a ser enfrentado de forma mais organizada pela sociedade brasileira. Assim, para que os efeitos das ideias da economista Ana Borges sejam mitigados, o governo federal deve destinar verbas públicas para programas de orientação financeira, por meio de palestras e encontros presenciais, com debates e materiais online. Espera-se, com isso, aumentar o planejamento financeiro e diminuir a negligência sobre o assunto.