Título da redação:

Ciclo da desordem

Tema de redação: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 28/09/2016

No livro “O cortiço” de Aluísio de Azevedo, retrata-se o grande poderio com que o espaço massifica as pessoas, exercendo forte influência sobre os seus comportamentos e padrões. Analogamente, de modo denotativo, evidenciamos esse quadro na conjuntura vigente, pois o que existe é uma sociedade influenciada e moldada sobre a cultura do consumismo, resultando na deturpação da vida econômica no indivíduo, fruto da ausência da educação financeira no país. No Brasil, no ano de 2016, ocorreu um amento em mais de 10% do número de aposentados endividados, segundo a revista “Veja”. De acordo com economistas, essa ação é oriunda do fato de que muitas pessoas comprometem toda a sua renda, têm problemas financeiros e por conseguinte, utilizam recursos financeiros de uma familiar aposentado, prejudicando o mesmo. Esse imbróglio econômico tem se perpetuado, porque nossa sociedade não desenvolveu hábitos que culminam nos controles dos gastos. Outrossim, são escassas as escolas que ofereçam curso de educação financeira. Os pais, muitas vezes, fomentam o aparecimento da desorganização econômica, pois em determinadas situações eles fornecem dinheiro aos filhos, mas não os orientam ou controlam o valor dado á prole. A revista norte-americana “Forbes”, em alguma de suas edições, publicou o ranking de crianças que fizeram sua própria fortuna. No entanto, mais de 60% delas pertenciam a países como Estados Unidos e Japão, países que têm uma educação com grande foco no empreendedorismo e disciplina financeira dos jovens. Especialistas da economia indicam que é preciso comprometer menos de 50% do valor que recebemos ao mês em dívidas, entretanto, o que encontramos são pessoas que gastam mais que o dobro do salário recebido, obtendo dívidas fora do seu orçamento, depois as negociando para em seguida realizar mais dívidas, exercendo um ciclo da desordem. Logo, com o fito de interromper a perpetuação dessa cultura, é preciso que seja realizado a educação financeira desde a infância, por meio de ONGs como APAE( Associação de Pais e Alunos Excepcionais), que juntamente com as famílias possam desenvolver mecanismo de diálogos tanto com a sociedade, pelos projetos ou campanhas abertas, como com as escolas regulares, para que estas realizem palestras e aulas extracurriculares sobre a educação financeira. Os pais devem orientar os filhos, podendo fornecer mesada e auxiliar os hipossuficientes no controle dos gastos. É importante que haja existências de cursos gratuitos, para instruir os adultos que possuem um amálgama de dívidas a se reestruturarem financeiramente e posteriormente evitá-las. É ‘”sine qua non” que possamos segregar nosso padrão de consumo, obtendo o necessário que edifica e excluir o dispensável que aliena, porque a sociedade só muda quando cada cidadão altera seu comportamento.