Título da redação:

A precariedade da educação financeira e suas consequências

Proposta: A deficiente educação financeira no Brasil

Redação enviada em 23/09/2016

O capitalismo financeiro e dinâmico se consolida no Brasil durante o século XX. Com a noção de salários e gastos periódicos, a população – em sua grande maioria sem ensino escolar – se autoeduca para otimizar o pouco dinheiro que ganha. No século XXI, com a conquista do direito à escola e ao conhecimento, as pessoas ainda possuem uma precária educação financeira que prejudica o ritmo dos gastos individuais e da economia como um todo. Segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) , 84% da população compra sem nenhum planejamento. Como consequência, as pessoas passam a gastar mais (obtendo produtos que podem ser desnecessários) e a adquirir mais dívidas, estas que, esporadicamente, não se encaixam no orçamento mensal do indivíduo ou da família. O amontoado de contas impede o fluxo normal do dinheiro do trabalhador, atrapalhando, principalmente, o pagamento de itens importantes como luz e água e culminando no corte destes e em possíveis ações judiciais movidas pelas empresas as quais se deve dinheiro. Visto que os problemas da população com o seu próprio dinheiro provém da péssima educação financeira que recebe, a necessidade dessa modalidade nas escolas e nas famílias é pontual, e serve para que os indivíduos tenham uma relação natural com o dinheiro, uma vez que ele rodeia todo o âmbito social, político e econômico de um cidadão. Dar mesadas aos filhos e aconselhá-los a guardar um pouco é um exemplo de medida a ser tomada, impedindo que ele ou ela faça parte dos 74% da população que não possuem investimentos e dos 37% que deixam de analisar os juros quando compram parcelado (dados do SPI). A educação financeira no Brasil é, portanto, uma medida essencial para que as pessoas administrem melhor o seu dinheiro e não acumulem tantas dívidas, as quais impedem um fluxo efetivo da renda. As instituições educacionais devem inserir em sua grade um espaço voltado para os conceitos básicos de como lidar com o dinheiro, como a explicação de conceitos e de possíveis ações e opções de pagamento durante uma compra. A participação da família com o diálogo e com a distribuição de mesadas ou semanadas é importante para que a criança saiba administrar a sua própria renda e dar valor a ela.