A mulher, ao longo do tempo, sempre foi vista como vulnerável e inferior. Pela sua “visível vulnerabilidade”, muitos homens se sentem no dever de protege-las, e, para alguns deles, é necessário possui-las como um objeto para que isso ocorra. O caso mais grotesco de objetificação, é ver a mulher como um ser que está propenso a ter relações sexuais a qualquer instante, com qualquer indivíduo. E o “percurso natural” desse processo, tem início no assédio e pode culminar em um estupro. Podendo variar de um gracejo, até um contato físico forçado, o assédio gera indignação, pois ainda persiste o imaginário de que qualquer mulher em algum espaço público está à procura de algum companheiro. Quando indagam o alvo sobre suas reais intenções, e escutam uma negativa, alguns homens sentem o orgulho sendo ferido. Afinal, para eles, ser rejeitado é um golpe fatal, e significa o fim do percurso. No pior dos casos, o pesadelo de muitas mulheres, que as fazem mudar o trajeto para suas casas durante a noite, que temem caminhar com um desconhecido em algum beco escuro, é o estupro. Nem todos os homens da sociedade são estupradores em potencial, mas para algumas mulheres, isso caí por terra, pois fica difícil adivinhar a índole de um sujeito na rua com um breve olhar, e o desejo de proteção acaba levando a generalização. Um problema tão grave, e ao mesmo tempo carente de atenção, possui soluções que variam de autoridade, até a própria Sociedade. A criação de Secretárias especializadas na proteção da mulher, por parte do poder público, que forneça o estímulo a denúncia e o auxílio necessária para as vítimas, que se sentem coagidas a ficarem em silêncio, por medo de represálias. Outro fato que poderia anular drasticamente a continuidade dessa cultura, é a mudança de mentalidade da população. Afinal, culpar a vítima pelo crime, com base no gênero, possibilita comparações com a sociedade atual com a idade média.