É indiscutível que a desigualdade de gênero não é um problema atual. Isso se torna bem claro se analisarmos a Revolução Industrial no século XVIII, em que a mão de obra feminina era muito mais barata do que a masculina. Esse histórico do homem sempre acima da mulher contribui para reforçar a ideia de que vivemos uma cultura do estupro. Estima-se que a cada onze minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. Se for levado em conta que em apenas dez por cento dos casos a vítima denuncia, esse número se torna ainda mais alarmante. A mulher brasileira não se sente segura nas ruas, e isto é provado em pesquisas que mostram que noventa por cento delas têm medo de sofrerem violência sexual. Sabe-se que a impunidade é um grande empecilho na resolução do problema. Os agressores sabem que as chances de punição são muito pequenas, pois na maioria das vezes a vítima não denuncia e mesmo que denuncie, parte dos casos não são nem investigados. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. A polícia civil deverá criar uma ouvidoria online para que as vítimas possam denunciar estupros anonimamente. Além disso, o governo deverá abrir novos editais para a contratação de funcionários públicos que deverão ser disponibilizados exclusivamente para a investigação de violências sexuais. Ademais, o MEC deverá instituir juntamente com os professores palestras nas escolas para ensinar as crianças a se respeitarem mutuamente, independente do gênero sexual. Afinal, de acordo com Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele