Título da redação:

Estupro: barbárie cultural

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 09/07/2016

Cultura nada mais é um conjunto de ações e pensamentos representativos de uma sociedade. Nessa perspectiva, a submissão de gênero pelo patriarcalismo, as recomendações às mulheres quanto ao horário e a roupa ideais para sair e a “coisificação” dessas por meios publicitários como algo a ser possuído são tipos de atitudes cotidianas que afirmam o terror do estupro no Brasil. Sendo assim, é imperativo o combate à violência sexual. A princípio, o país vive a normalização e o não entendimento de tal abuso. Pelo sentido de que essa covardia se constitui a partir do sexo não consentido por alguma das partes, o agressor pode ser o cônjuge e conhecidos e que apenas 10% dos casos são denunciados, é certo a ignorância da maioria de mulheres e crianças quanto à configuração desse delito. Outro agravante dessa percentagem é devido ao medo e a humilhação das vítimas nas delegacias, uma vez que profissionais da área também se enquadram nesse comportamento normatizante, o qual afeta o julgamento e traduz as agressões em subnotificações por relativizar o que é fato: o ato sem permissão é crime. Os agentes influenciadores, por outro lado, possuem a capacidade de compactuar com essa cultura. Inegavelmente a realidade é percebida, por exemplo, nos “players”, programas “online” de exposição musical, que não apresentam uma pré-análise da divulgação e, consequentemente, são meios propagadores de conteúdos que objetificam a figura feminina e semelhantes a uma narração de estupro. E não só isso, as possibilidades midiáticas extrapolam até no fazer jornalístico através de eufemismos nos textos noticiários, como em manchetes “o ‘suposto’ abuso”, em que a suavização relativiza toda a seriedade necessária ao assunto. O horror sexual, portanto, precisa de um fim. Para isso, é imperativo o exercício cidadão dos sistemas de TV por meio de programações educativas que explicitem o que se refere o estupro e quais são as punições, de modo a sensibilizar os brasileiros quanto a suas defesas. Da mesma maneira, a Câmara dos Deputados deve elaborar uma lei que obrigue as empresas virtuais negarem a apresentação de publicações com terro difamatório da mulher, para efetivar o combate a essa cultura deprimente.