Título da redação:

Equilíbrio Aristotélico

Proposta: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 11/07/2016

Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, de maneira mais intensa na transição entre a idade moderna e a contemporânea, como inferior ao homem. Com isso surge a problemática da violência de gênero dessa lógica excludente que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país , seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que no Brasil a cultura do estupro rompe essa harmonia, haja vista que, por falta de uma lei mais rígida e específica muitas vítimas deixam de efetivar a denúncia do crime por sentirem-se desamparadas. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática. Outrossim, destaca-se o machismo como impulsionador da cultura do estupro. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de generalidade, exterioridade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a violência sexual pode ser encaixada na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento da consciência de permissividade a esse tipo de agressão, transmitido de geração a geração, funciona como forte base da cultura do estupro, agravando o problema no Brasil. Entende-se, portanto, que a continuidade da cultura do estupro na contemporaneidade é fruto da ainda fraca eficácia das leis e da permanência do machismo como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o governo federal deve elaborar um plano de implementação de novas delegacias especializadas nessa forma de agressão, aliada à esfera estadual e municipal de poder, principalmente nas áreas que mais necessitem, além de aplicar campanhas de abrangência nacional junto às emissoras abertas de televisão como forma de estímulo à denúncia desses crimes. Dessa forma, com base no equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.