Título da redação:

"Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher"

Proposta: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 31/08/2016

Com novos casos de estupro, como o da jovem, que, segundo relatos, foi abusada por mais de 20 homens, surge a necessidade de criar e estudar um novo conceito. Conhecida como "cultura do estupro", essa ideia vem ganhando força no século 21. Ainda sim poucos entendem a gravidade e a amplitude desse problema, seja por um fato histórico ou até pela falta de suporte a vítima. No final da década de 40, grupos de mulheres começaram a questionar suas obrigações como "dona de casa", cabendo a seus maridos estudar e trabalhar. Essa herança histórica nos mostra como o gênero feminino sempre foi inferiorizado. Tendo isso em mente, podemos ver que o conceito de "cultura do estupro", não esta ligado apenas a violência e abusos, mas também por uma relação de poder e de superioridade. Esse fato histórico já é condenável, mas, além disso, também temos o pensamento errôneo da sociedade. "Recatada e do lar, é assim que deve se comportar uma mulher". Essa é uma frase de grande conhecimento da população brasileira. Muitos a utilizam como motivo de chacota, mas se analisarmos, ela carrega, implicitamente, os preconceitos atuais. Culturalmente, mulheres que utilizam roupas curtas já são taxadas como culpadas, caso aconteça algum abuso, afinal, o "homem possui um desejo natural e incontrolável", restando a mulher não provoca-los. Dessa forma, as vítimas de estupro, são sempre vistas como culpadas e as próprias sentem vergonha em denunciar. Em suma, o gênero feminino foi, historicamente, oprimido por uma sociedade patriarcal, que sempre priorizou as necessidades do homem. Nesse sentido, temos reflexos até hoje sobre esse empoderamento e superioridade sobre a mulher, além da culpabilização da vítima. Mais investimentos em delegacias especializadas em proteção a mulher devem ser feitos, além de melhorias nas estruturas para a proteção das vítimas. Outro investimento benéfico seria utilizar a mídia para contornar esses preconceitos históricos e incentivar mais denúncias.