Título da redação:

Ela não merecia ter sido estuprada

Proposta: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 20/06/2016

Cultura é o conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes .etc de um determinado povo. Logo, o termo Cultura do Estupro caracteriza uma série de fatores e atitudes que está intrínseco na sociedade brasileira e que leva muitos homens a se acharem no direito de cometer tal crime. Antes de mais nada, é necessário perceber que o Brasil trás consigo marcas da sociedade extremamente patriarcal do período colonial onde as mulheres eram submissas aos homens. A mulher branca e rica seria uma boa esposa e geraria bons filhos, a mulata era rebaixada a mero brinquedo sexual e a negra servia apenas para o trabalho escravo. Como resultado, conceitos machistas foram adentrando no contexto cultural do brasileiro e perpetuam até nos dias atuais. Na música ou na TV não são raras as vezes em que a mulher se encontra num contexto de submissão ao sexo masculino, como por exemplo nos comerciais de cerveja em que os homens olham de forma maliciosa para a garçonete que trás a bebida e fazem piadinhas de cunho sexual quando a mesma passa por eles. Ou mesmo nas letras de músicas que fazem apologia ao sexo e conduz crianças e jovens a se comportarem de forma sensual muito cedo e além disso exalta a virilidade do homem e mais uma vez coloca a mulher como mero objeto para a sua satisfação. Com isso, fica claro que o que leva os estupradores a agir desse modo é o fato de que uma grande parte da sociedade condiz com o ocorrido. O sentimento de impunidade, as frases de efeito como: ''ela estava pedindo'', faz com que esses criminosos se auto-permitam cometer esse delito. Por outro lado, as vítimas se sentem culpadas, oprimidas e desamparadas, pois sabem que há pessoas que vão acusá-las e dizer que a suas condutas não eram coerentes com a de alguém que ''não merecia ter sido estuprada''. Fica evidente, portanto, que a cultura do estupro assola a sociedade brasileira de maneira assustadoramente espontânea e por vezes cruel para as vítimas. Logo, é necessário que o poder judiciário puna de forma efetiva esses criminosos fazendo valer a Lei n° 12015 que prevê reclusão de até 30 anos (em casos de morte da vítima) para esses indivíduos. Também fica válido que as Escolas incluam debates a respeito de gênero nas escolas. Além disso a própria família pode ajudar na educação de seus filhos de modo a ensiná-los o respeito entre homens e mulheres. Ademais, ONG's podem ser criadas ou restauradas para dar suporte psicológico às vítimas da violência sexual, além de promoverem- através dos meios de comunicação- palestras e propagandas que ajudem a conscientizar a população acerca deste fato.