Indubitavelmente, a desigualdade de gênero é uma realidade brasileira. Vive-se em meio a uma cultura que, de certa forma, aceita o estupro. Pesquisas feitas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que, aproximadamente, 527 mil pessoas são vítimas de estupro a cada ano; tais dados são alarmantes. Na sociedade atual, infelizmente, ainda há uma objetivação da mulher. A cultura machista ainda está presente em grande parte da população. Há uma ideia de que a mulher é algo a ser conquistado pelo homem, isso, somado a piadinhas – até as consideras inocentes, aos poucos, banaliza o assédio sexual, tornando-o algo “normal na sociedade”, isso tudo remete a um termo que vem sendo muito utilizado: a cultura do estupro. Mulheres ainda sentem-se inseguras para denunciar estupros e assédios, uma vez, que a sociedade atual continua insistindo em culpar a vítima. Um estupro é um crime grave, a vítima nunca deve receber culpa. Enquanto ainda existirem comentários sugerindo que a vítima estava pedindo, ou ainda, perguntas sobre o que ela estava vestindo, essa famigerada cultura do estupro vai persistir. É necessário que a população entenda que o que a vítima estava vestindo, bebendo, como estava se comportando ou qualquer coisa do gênero não justifica um estupro. A cultura do estupro está embutida nisso, em tentar inocentar o criminoso e, de certo modo, jogar a culpa para cima da vítima. Outrossim, sabendo que, segundo Immanuel Kant, "o ser humano é o que a educação faz dele" pode-se afirmar que é importante investir em uma educação que relate e promova a igualdade entre os sexos, desde o início da infância; conseguinte disto ocorrerá uma eliminação de grande parte dos ideais machistas e violentos que ainda persistem em nossa sociedade. Ademais, campanhas de conscientização são viáveis para resolver esta questão presente na sociedade atual. Seria interessante também a implantação de um programa que forneça um suporte mais amplo e intenso à vítima, tanto em questões psicológicas, físicas, judiciais, etc.