Título da redação:

Cultura destrutiva

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 03/08/2016

O Brasil adotou um padrão patriarcal no que tange à estrutura social, desde a época em que foi colonizado por Portugal. Esse modelo deixou de herança para o Brasil do século XXI um país, machista, sexista e que é relutante às mudanças. Isso é evidenciado nos casos de estupro, pois, com essa cultura voltada para o homem a mulher é punida pelos atos dos homens e é condenada social e moralmente pela nossa sociedade. Esse estereótipo da mulher dona de casa, idealizada na Amélia da música de Nelson Gonçalves, que atende aos caprichos masculinos reflete a idealização de uma mulher sem anseios próprios, que possuí uma única missão, servir ao homem. Isso está impregnado no pensamento de homens e até de mulheres, pois, ao homem é facultado atos de promiscuidade e isso é visto por seus pares como exemplo de “masculinidade” e “virilidade.” As mulheres não são atribuídos os mesmos direitos e se algo semelhante ocorre, são visceralmente condenadas pela sociedade, por familiares e até pelas próprias mulheres. É com esse pensamento que estupradores atuam, como se lhes fosse facultado o direto de estuprar. Aproveitam-se fragilidade das leis brasileiras para cometer esse tipo de crime, pois, sabem que um pequeno percentual de criminosos são realmente punidos pelas leis. Soma-se a isso o fato de que na maioria das vezes os estupradores estão inseridos no convívio cotidiano e aproveitam-se desse para atacar suas vítimas. Utilizam de grande pressão psicológica para manter suas vítimas com medo de denunciá-los e também se valem do conhecimento de que a vítima de estupro geralmente é posta como a culpada pelo ato frente à sociedade (por utilizar roupas curtas, beber). Recentemente a apresentadora Xuxa Meneghel, em entrevista realizada a um programa de televisão, informou que foi violentada por várias vezes durante a sua infância, por um tio. Ela não o denunciou por medo de levar a culpa e devido as ameaças que sofria pelo estuprador. Isso mostra o quanto não evoluímos em relação à verdadeira igualdade de direitos entre homens e mulheres. Portanto, faz-se necessário que os governos federal, estadual e municipal atuem em conjunto com familiares, ONGs, universidades para debater sobre a cultura do estupro em nosso país. E desse modo o extirpe definitivamente da nossa cultura de aceitação, através de ações voltadas para criação de leis mais severas, da publicidade voltada à denúncia (anônima, inclusive) desses tipos de crimes. Também da criação de centros de apoio psicológico para as vítimas em universidades públicas, SUS, e ONGs. Além da inclusão no âmbito escolar de disciplina voltada ao tratamento igualitário entre homens e mulheres e da disseminação de cultura do não estupro.