Título da redação:

Culpada

Proposta: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 26/09/2016

No período pré-colonial, construiu-se uma banalização da violência sexual contra as mulheres, haja visto que nesse período o estupro de indígenas e de negras era comum e aceito pela sociedade, que via as primeiras como sendo animais, sem escrúpulo ou moral e as outras como objetos. Com passar do tempo, essa situação foi agravando, as mulheres passaram a ser estupradas pelos próprios maridos ou entes próximos e eram obrigadas a suportar caladas, uma vez que, para a sociedade, isso não era uma violência, era apenas “o homem sendo homem”. Atualmente, apesar das leis contra o estupro e das campanhas midiáticas, têm-se uma crescente número de estupros que é alavancado, ainda mais, pela cultura do estupro que persiste no Brasil. A cultura do estupro é como se nomeia o ambiente que banaliza, legitima e justifica a violência conta a mulher. Isso acontece, em grande medida, devido a disseminação da ideia de que os valores de uma mulher estão associados a sua conduta moral e sexual. Tendo em vista que, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 26% dos brasileiros acreditam que as mulheres de roupa curta merecem ser atacadas e que 88% dizem que elas têm culpa sobre os estupros. Além disso, a cultura do estupro é um reflexo do processo de objetificação sexual da mulher, na qual as mulheres são representadas ou tratadas como objeto sexual que serve somente para dar prazer ao homem. Como se pode ver nas propagandas de bebidas alcoólicas, em filmes e nas novelas, que criam uma mulher desejada, que pode ser comprada, trocada e usada. Infere-se, portanto, que a cultura do estupro é um problema grave e a população precisa combater essa violência por meio do aumento do número de delegacias de mulheres, pelo Ministério Público, e pela criação de associações de apoio às vitimas de estupros, com acompanhamento psicológico; as escolas junto a polícia federal podem criar campanhas mensais contra os estupros nas escolas e criar aplicativos de ajuda que permitem a localização das mulheres. Além disso, o Ministério da Cultura precisa regulamentar as propagandas com o teor sexual proibindo-as, principalmente, no período diurno e em locais públicos.