Título da redação:

Culpa a dor

Proposta: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 01/03/2017

Cultura do estupro, termo que surgiu na década de 70 por feministas americanas, confere acerca da naturalização de comportamentos e pensamentos machistas, assim como a busca por justificativas para o estupro. Com isso, surge a problemática da relativização da culpa, entre a vítima e o criminoso. É essencial considerar que ao contrário do que muitos pensam, nunca deve-se culpar a vítima pelo crime. Este senso comum deriva-se do pensamento arcaico, no qual as mulheres deviam ser submissas aos homens, e provoca o medo de ser vítima de violência sexual, como aponta uma pesquisa realizada em 2015 pelo Datafolha, em que de 84 municípios com 100 mil habitantes, 90% das mulheres possuem este temor. Evidenciando assim, a falta de conhecimento sobre o assunto por parte da sociedade. Outrossim, diversos são os fatores que contribuem para os baixos números de denuncias. De acordo com a Pesquisa Nacional de Vitimização, verificou-se que em 2013, somente 7,5% das pessoas violentadas registram queixa na delegacia. Este cenário deve-se ao sentimento de culpa e humilhação transmitido pelos órgãos públicos e sociedade, pelo medo das ameaças e acobertamento da família. Por consequência, o padecente carrega sequelas físicas e psicológicas ao longo da vida. Portanto, fica evidente o problema comum de transferência de culpa, do agressor para a vítima. Desse modo, faz-se necessário que as autoridades públicas disponibilizem a explanação sobre o assunto nas escolas e a toda população, através de oficinas e propagandas televisivas. Bem como a família, delegacias e hospitais devem transmitir segurança e apoio. Dessa forma, haverá um desenvolvimento mental da sociedade em relação ao problema.