Título da redação:

Cortiço atual.

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 05/07/2016

A obra “O cortiço”, de Aluísio Azevedo, retrata o homem como um animal sujeito às influências do meio. Atualmente, algumas pessoas poderiam ser caracterizadas, também, como tal, pois costumam deixar seu instinto guiar sua ação: cometem sexo forçado somente para satisfazer o prazer. Deve-se, portanto, analisar o papel do Estado e das vítimas, mulheres principalmente, no que tange à cultura do estupro no Brasil e, a partir disso, tecer alternativas, caso seja necessário, com o intuito de mudar a realidade vigente. Embora nem todas as mulheres sejam amparadas e os agressores, punidos, o Estado cumpre seu papel para coibir o costume do sexo forçado. O governo fundou a Casa da Mulher, a Delegacia da Mulher e, recentemente, colocou em tramitação o aumento de pena para crimes de estupro. Isso permitiu a condenação dos animais responsáveis, como diria Aluísio Azevedo , que abusaram de suas vítimas física e mentalmente . Logo, a conjuntura política atual tende a exercer os direitos contidos na Constituição de 1988 e no Código Civil. Infelizmente, nem todas as mulheres são amparadas por tais ações estatais. Outro fator relacionado à cultura da violência sexual, combatida pelas políticas públicas, é a carência de denúncias. Muitos agressores voltam a cometer tal crime por conta da impunidade: as vítimas têm, normalmente, medo de acusá-los e serem julgadas pela sociedade que poderia determinar, semelhante ao cortiço no livro naturalista de Aluísio Azevedo, o ocorrido como culpa de sua promiscuidade. Por conseguinte, os dados referentes a essas ações costumam não representar, segundo pesquisa, a realidade do sexo forçado no Brasil. Mudar é difícil, todavia é possível por meio do auxílio da população instruída. Em síntese, o poder público age visando o fim da cultura do estupro que perdura majoritariamente por causa das poucas denúncias. Para melhorar tal quadro, é preciso que o Ministério do Planejamento amplie o número das Casas das Mulheres e das delegacias especializadas- por intermédio de participações público-privadas - nos locais onde as acusações forem mais numerosas. Além disso, os setores de extensão das universidades poderiam desenvolver aplicativos que permitam as denúncias contra os agressores, tal como funciona o “disque 180”, e a consulta dos direitos das vítimas nos telefones celulares, mantendo com isso a anonimidade destas. Assim, a ocorrência da violência, atitude animal, segundo a estética naturalista, iria ser minimizada.