Título da redação:

Chega de "fiu fiu"!

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 22/07/2016

Durante o período colonial brasileiro, índias e escravas africanas foram abusadas sexualmente pelos portugueses. Logo, é válido afirmar que a miscigenação brasileira, consequência dessa violação, é a principal prova de que existe uma cultura de estupro no país, visto que a violência sexual ainda é um grave problema no cenário contemporâneo, aliado ao assédio que, por sua vez, colabora com a banalização da imagem feminina, seja pelo famoso “fiu fiu”, seja pela mentalidade machista. A princípio, convém destacar: “Estar em um espaço público não faz do meu corpo um espaço público”. Essa foi uma das mensagens publicadas pela campanha “Chega de fiu fiu”, lançada pela ONG Think Olga. À vista disso, é indubitável que muitas mulheres, se não todas, sofrem corriqueiramente com intimidações de teor sexual. Isso porque, para muitos homens, o toque indesejado e os comentários obscenos são apenas uma forma de elogio quando, na verdade, prejudicam as mulheres desde o modo de se vestir, até no lugar em que elas frequentam. Entretanto, grande parte dos brasileiros acredita que mulheres com roupas curtas merecem ser atacadas. Por outro lado, é necessário ter em mente que a culpa do estupro nunca é da vítima. Diante disso, surgiu a campanha “Não mereço ser estuprada”, como uma forma de abrir os olhos da sociedade para esse grave problema social que causa mortes todos os dias. Fica clara, portanto, a precisão de medidas capazes de combater a cultura de estupro. Sendo assim, é dever do Ministério da Educação (MEC) educar a sociedade machista. Para isso, não basta promover campanhas, como a “Chega de fiu fiu” e a “Não mereço ser estuprada”, é necessário que, aliado a isso, sejam acrescentados aos livros didáticos de História, um plano de aula que relacione o período colonial à violação sexual no contexto atual, de modo que os alunos desenvolvam o senso crítico em relação à culpabilização da vítima. Ademais, cabe ainda ao MEC divulgar na mídia as ouvidorias onlines de proteção à mulher para incentivar as vítimas a denunciar os casos de violência, assim como debater a importância dos direitos humanos, com o fito de despertar o senso humanitário na sociedade.