Título da redação:

Avanço do retrocesso

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 21/06/2016

Grandes descobertas. Tempos modernos. Avanços tecnológicos. Evolução humana. Cultura do assédio. Assim como diversas mudanças recorrentes no mundo, os casos de assédio continuam frequentes e crescentes no Brasil. Não são raros os relatos de abuso e “cantadas” ofensivas que as brasileiras – e os brasileiros, embora em menor escala – sofrem nas ruas do país. Essa violência física e psicológica causa constrangimento e sentimento de inferioridade. É preciso que se problematize e busque soluções para essa inconveniente cultura do assédio. Desde os tempos de Brasil Colônia, há uma reprodução massiva dos valores de machismo e patriarcalismo, subjugando a mulher. Prova disso é a estatística recolhida pela FBSP (Fórum de Segurança Pública), na qual registra que uma mulher é estuprada no Brasil a cada onze minutos. Recentemente, uma garota de dezesseis anos foi vítima de estupro coletivo na cidade do Rio de Janeiro, os próprios agressores fizeram um vídeo que serve de prova contra o crime. Um deles posou em frente às câmeras, demonstrando ter certeza de impunidade da justiça brasileira. Há, ainda, uma tendência em culpabilizar a vítima pela ofensa. Isso se apoia na objetificação do corpo que é reforçado pela mídia. Além disso, o assédio cotidiano não se limita às ruas. Ele está presente também no meio corporativo, através de insinuações recorrentes e não correspondidas e da coação psicológica. Essa situação pode gerar distúrbios graves, pois muitas mulheres têm medo e até vergonha de revidar ou denunciar os abusos. Isso prova que nem mesmo o ambiente de trabalho tem sido receptivo para o desenvolvimento pessoal e profissional delas. Fica claro, portanto, a necessidade de desconstruir essa situação histórica. Cabe à escola incentivar desde o início o tratamento igualitário e o respeito mútuo. A família, além de reforçar tal respeito, deve mostrar a necessidade de denunciar tais atos. É papel da mídia, como formadora de opinião, condenar a objetificação e de atuar em parceria com ONGs e movimentos sociais em prol da valorização da mulher. A justiça brasileira precisa ser reforçada com novos projetos de lei que tornem mais rígida a pena para estupradores. Apenas assim a cultura do estupro deixará de fazer parte das diversas mudanças recorrentes no Brasil.