Um vídeo, recentemente, tomou conta da mídia do Brasil inteiro. O de uma jovem de 16 anos, do Rio de Janeiro, que foi abusada sexualmente por vários homens.Tal vídeo reflete o desafio histórico da cultura de estupro presente na estrutura da sociedade brasileira, a qual é fortemente marcada, desde o período colonial, pelo pensamento machista, que faz com que a maioria dos homens enxergue a mulher apenas como abjeto de prazer. É preciso entender as manifestações do problema, a fim de combatê-lo. Primeiramente, é vital abordar a perpetuação do estupro: Vive-se em uma sociedade históricamente patriarcal, onde o menino é ensinado, desde cedo, a ter determinados comportamentos imorais que afrontam os direitos das mulheres. Isso faz com que ainda elas sejam assediadas e desrespeitadas em locais públicos, como é o caso de Maria do Rosário, deputada que ouviu de Jair Bolsonaro a terrível frase de que não mereceria ser estuprada. Além disso, existe a culpabilização delas pelo crime por usarem determinados trajes. Em segundo lugar, não se pode esquecer do fracasso das leis, que contribui para a persistência da mazela. Apesar da Lei Maria da Penha ter mostrado avanços significativos, ainda é visível a falta de atendimento à mulher que, em sua maioria, é silenciada pelos estrupadores ou não recebem o devido atendimento policial, quando há denúncia. Logo, engana-se quem pensa que a violência não é praticada também, de certa forma, pela justiça. A partir do momento em que o estupro for visto como um simples crime, com raros julgamentos, a mulher permanecerá vítima da maior humilhação que afronta seus direitos. Portanto, fica claro que a cultura do estupro existe no Brasil. Para combater esse mal, o Governo deve fortalecer a lei discutida e criar delegacias especializadas para punir os agressores. A ONU Brasil , por sua vez, deve ampliar suas campanhas relativas ao tema e incentivar a prática da denúncia. Já a escola , bem como a família, devem ensinar igualdade de gênero aos menores. Assim, outros estupros como o ocorrido no Rio de Janeiro poderão ser evitados e o país poderá deixar de se igualar à Índia, no que se refere aos alarmantes níveis de violência sexual.