Título da redação:

A falsa cultura do estupro

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 25/06/2016

“Cultura do estupro’ é um termo extremamente equivocado para entender os fenômenos do abuso à mulher, pois tal crime é abominado por toda a sociedade. Mesmo os bandidos não o aceitam”. Falar em cultura do estupro em um país onde até os bandidos, que cometem esses mesmos crimes, condenam o estupro, é recorrer à paralaxe cognitiva e ignorar a realidade social. Pesquisas do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que, 70% dos entrevistados, homens, discordam de que as mulheres que usam roupas que mostre o corpo merecem ser atacadas; 91,4% concordam que o homem que bate na esposa deve ir para a cadeia; 82,1% discordam que a mulher que apanha em casa deve ficar quieta pra não prejudicar os filhos; 89,2% discordam que o homem pode xingar ou gritar com a própria esposa; 39,2% concordam que a pena para estupradores deve ser à morte, dado do Núcleo de estudos da violência da USP; 70% das vítimas de estupro no Brasil têm menos de 17 anos, 50,03% menos de 13, dados que são mais ligados a pedofilia e abuso sexual de menor do que à ideia da mulher “atacada”. Na realidade, o que existe hoje no Brasil é a “cultura da impunidade”, músicas como “Bumbum Granada”, Roça”, “Baile de favela”, apresentam milhões de visualizações e curtidas demonstrando o quão bestializado e impunes se encontra esses criminosos. Logo essa falsa cultura do estupro se mostra como um empecilho para a punição de criminosos que, estupram, abusam, dando a entender que todos os homens são estupradores em potencial. O caso champinha é um, dentre vários, que passou impune, se não fosse uma “gambiarra” da justiça, o criminoso estaria a solta; o estupro coletivo no Rio de Janeiro, até o momento foram presos somente quatro, menores de idade e que provavelmente não irão passar menos de três anos em uma fundação. A cultura da impunidade é o que prevalece no Brasil, o que faz necessário medidas drásticas na reformulação de leis e penas mais brandas, tanto para maiores de idade quanto para menores. Projetos de leis e PEC estão paradas em congresso desde 1993, como a PEC 173, PL 5398, que diminuiria essa cultura da impunidade e não a prevalência dessa falsa “cultura do estupro”.