Por muito tempo, houve um silêncio na sociedade no que se refere à Cultura do Estupro. Casos aconteciam diariamente mas não havia divulgação por parte da mídia, denuncia por parte da vítima e nem punição ao agressor. Após o caso ocorrido no Rio de Janeiro, onde uma adolescente foi violentada por 33 homens, o assunto entrou em pauta, porém, há discussões se realmente existe uma Cultura do Estupro. A desigualdade de gênero é um dos principais motivos da banalização do estupro. Desde pequenos os meninos são incentivados a brincar de "lutinha" enquanto as meninas são ensinadas a cuidar de bonecas, ou seja, enquanto os meninos aprendem que devem ser fortes e superiores, as meninas são educadas para casar e serem submissas aos maridos. Também dissemina-se a ideia de que o homem não controla seus instintos e que a mulher não deve usar certas roupas e ter certas atitudes para não "provocá-los". Por todas essas imposições da sociedade, o número de casos de estupro e assédio que não são denunciados é extremamente alto. A mulher, com medo de levar a culpa pelo acontecido, acaba guardando para si, e quando denuncia, passa pelo constrangimento de responder à perguntas do tipo "Você estava bêbada?", "Sua roupa estava curta?", "Que horas ocorreu?", como se tudo isso justificasse o ato do agressor. O homem não é irracional, somos seres racionais, sabemos o que é um "não" e o que significa. A Cultura do Estupro existe a partir do momento que olhamos estanho para uma mulher com roupas curtas, a partir do momento que tentamos justificar alegando que o homem tem instintos que precisam ser saciados, a partir do momento que culpamos a vítima pelo ocorrido. O estupro é crime independente das circunstâncias. Portanto, palestras sobre igualdade de gênero devem ser obrigatórias nas escolas, para que ensinemos desde pequenos às crianças que o corpo do outro não é propriedade sua e que somos iguais. Toda sociedade deve ser conscientizada de que a culpa nunca é da vítima e deve ser incentivada a denunciar o fato, para que a punição seja efetivada. A polícia deve ser bem preparada para lidar com denuncias desse tipo, para que a vítima não venha a ser constrangida e isso impeça que outras venham a denunciar também.