Título da redação:

A cultura do estupro no Brasil

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 22/06/2016

A discussão sobre a cultura do estupro ganhou destaque na sociedade brasileira a partir dos acontecimentos recentes divulgados pela mídia. Essa expressão começou a ser utilizada na década de 70, época da chamada segunda onda feminista, que buscou promover a conscientização da comunidade sobre essa temática. Hoje, o Brasil enfrenta uma inversão de valores socioculturais relacionados ao estupro advindos de posturas de décadas passadas. Algumas atitudes e comportamentos corriqueiros colaboram para tal violência sexual, como a cultura machista e a objetificação da mulher. Desde os primórdios da civilização a mulher é considerada inferior e submissa ao homem. Na Grécia Antiga, por exemplo, elas não eram consideradas cidadãs e ocupavam uma posição de inferioridade em relação aos indivíduos do sexo masculino. Demócrito qualificou-as como uma mera fonte de prazer carnal. Não obstante, transcorridos vários anos, o corpo social atual do país apresenta uma cultura machista e sexista que prega a desigualdade de gênero. Hoje, a mulher é tratada como objeto e vista constantemente apenas como fonte de prazer e desejo. É comum observar em propagandas publicitárias a banalização da imagem feminina onde o exterior importa mais que outros aspectos como o caráter. De acordo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, todos os anos cerca de 50 mil pessoas são estupradas no Brasil e em 70% dos casos são crianças e adolescentes. Na maioria dessas ocorrências, os homens as julgam pelas roupas que vestem, a aparência física, o modo que andam, o lugar que estavam, entre outros. Em vista disso, são necessárias mudanças para que esta cultura do estupro seja eliminada. São indispensáveis melhores investimentos do governo em palestras educativas nas escolas, com a finalidade de orientar as crianças desde o começo de sua formação. Ademais, a mídia poderia firmar uma parceria com as ONGs voltadas para apoio de pessoas que foram violentadas, na tentativa de discutir a permissividade e o relativismo presentes em grande parte dos casos. É imprescindível a conscientização da população para que, sobretudo, deixem de apontar a vítima como culpada pelo abuso sofrido e imputar tal responsabilidade ao agressor.