Título da redação:

A cultura do estupro no Brasil

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 01/04/2018

Na Grécia, era usual a concepção de que a mulher se tratava de um ser inferior, que deveria cumprir o papel de submissão e tinha somente a finalidade de efetuar a criação dos filhos, manuseio do lar e adoração ao seu marido. Já no Brasil, tal situação se assemelha com as condições atuais, haja vista que o sexo feminino sofre da temerosa “cultura do estrupo”, que gera uma série de adversidades, como a recorrência da violência sexual feminina, a educação inadequada acerca dos gêneros na comunidade e a normalização do estupro na sociedade. É indubitável que os casos de violência sexual cresceram de modo exorbitante, uma vez que, segundo um estudo da organização ActionAid, 86% das participantes afirmam ter sofrido assédio. Deste modo, pode-se averiguar que, devido a hierarquização social, na qual o homem é colocado no topo, gera-se uma constante e temerosa violação dos direitos dessas vítimas, que se calam perante uma sociedade que deposita a culpa desses delitos nelas, por não se adequarem aos “anseios e bestialidades” do sexo masculino. Nesse sentido, conforme Kant corrobora, “É no problema da educação que assenta o grande segredo para o aperfeiçoamento da humanidade.”, portanto, é possível compreender que, desde crianças, a comunidade as leciona que o homem deve expressar seus sentimentos por intermédio da violência e ter relações sexuais com diversas mulheres. Em contrapartida, leciona-se que as mulheres devem se portar como um indivíduo frágil e consentâneo ao comportamento dos homens. Tal ideal incentiva de modo extremo a desigualdade entre os gêneros, por inferiorizar o sexo feminino e não reconhecer seus direitos. Sob essa ótica, com a frequente ocorrência desse crime, a sociedade não se surpreende com a problemática vivida pelas mulheres, tampouco se mobiliza para cessar essa situação. Dessa forma, em consonância com o que Luther King acevera, “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.”, logo, é incontestável que esse contratempo sofre um assustador processo de normalização, pois as pessoas tomam ele como uma característica que integra o cotidiano e, por conseguinte, auxiliam na intensificação dessa adversidade, pois ela não é repreendida e reconhecida como um crime pela população. Tendo tudo isso em mente, é imprescindível que o Estado reforce a aplicação de suas leis, mediante um maior apoio às vitimas e punições rigorosas aos agressores. Além disso, torna-se vital que o go,verno em parceria com o Ministério da Educação efetue aulas e palestras expositivas nas escolas, com a finalidade de instruir os alunos acerca da igualdade de gêneros e informar sobre os métodos para combater a violência sexual, bem como censurar comportamentos que firam os direitos das mulheres na comunidade.