Cultura é o complexo de costumes, crenças, atos, ética, moral e hábitos do ser humano, adquirido por um meio, sendo este normalmente uma sociedade, país ou religião. A termo "cultura do estupro" é definido pela Universidade de Marshall como um "ambiente no qual o estupro é prevalente e no qual a violência sexual contra a mulher é banalizada e justificada na mídia e na cultura popular." Vendo por esse lado, não é possível afirmar que a cultura do estupro é incidente no Brasil na forma que é comumente discutida, já que os estupradores são considerados "desumanos" até mesmo em meio a presidiários, e causam tamanha revolta na população que estes muitas vezes acabam cometendo o que entendem como justiça com as próprias mãos, o que inclui desde apedrejamentos até assassinatos. O que existe no Brasil é uma cultura da relativização, onde a ética é distorcida e os valores de certo e errado são invertidos. Para exemplificar, quando um caso de estupro vem à grande mídia, ocorrem discussões no âmbito popular sobre quais seriam os motivos do crime, quase sempre deixando toda a culpa sobre a vítima, justificando a atrocidade com motivos supérfluos, como a maneira de vestir-se e agir da mulher. Tentar justificar um estupro com argumentos desse tipo é tão absurdo quanto dizer que um indivíduo ferido por uma bala perdida apenas está nessa situação por ter saído de sua casa, ou que ser assaltado em uma cidade com altas taxas de violência é justificável, já que não se deveria morar ali. Isso só serve para livrar a culpa do criminoso em meio a sociedade, e culpar aqueles que não fizeram nada legalmente errado. O que deve ser feito é acabar com a relativização moral e entender que a vítima não deve ser culpada por um crime cometido contra ela, além de discutir maneiras para reduzir a criminalidade, como penas mais severas e eficazes para infrações como o estupro, já que a sensação de impunidade ainda é vigente em nosso país, e na grande maioria dos casos, as denúncias acabam não sendo investigadas.