Título da redação:

A cultura da desigualdade

Tema de redação: A cultura de estupro no Brasil

Redação enviada em 04/09/2017

A hierarquização das relações entre homens e mulheres, foi uma constante universal em todos os sistemas políticos e econômicos, sendo a discrepância dos direitos garantidos às pessoas de diferentes gêneros, datada desde início da história. Ao longo do tempo a mulher foi sendo inferiorizada e limitada ao ambiente familiar, permitindo ao homem conquistar um papel e espaço maior na sociedade. A diferença no tratamento e oportunidades ocasionou um processo de discriminação em relação ao sexo feminino, marcado por violência, das mais variadas formas. Além de ocupar a 5ª posição no ranking global de violência contra mulheres, o Brasil, segundo dados do 10° Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), ocorre um estupro a cada 11 minutos, sendo 70% das vítimas crianças e adolescentes. A pesquisa também mostrou que a taxa de denúncias e notificações à polícia é estimada em apenas 20%. A taxa pequena de denúncia reflete a problemática do assunto. Uma sociedade ainda muito machista e conservadora, que insiste em ditar regras às mulheres e na maioria das vezes culpar a vítima por ser estuprada, devido a elementos como vestimentas, local, costumes, entre outros. Quando as pesquisas tratam de crianças e adolescentes, mostram que na maioria dos casos o abusador é algum integrante da família, sendo mais difícil enfrentar o problema. A cultura do estupro está enraizada na história e para combatê-la a educação é necessária, pois em atos cotidianos, pode-se contribuir para o estupro. Basta observa, por exemplo, as letras das músicas ou comerciais de televisão que objetificam sexualmente o corpo da mulher para agradar homens. Portanto, tendo em vista que o estupro é uma questão grave e que pode deixar sequelas para a toda vida a quem é abusado, deve se tomar medidas que tornem a sociedade mais igualitária, que não enxergue a mulher como inferior e acredite que ela tem obrigações, apenas por ser do sexo feminino. A educação, como ferramenta principal, seja na escola ou em casa, é importante para promover o igualitarismo e o respeito ao próximo. Cabe também, ao Ministério de Segurança Pública, uma maior proteção à mulher, criando mais delegacias específicas para os casos de agressão e um melhor e eficaz julgamento dos agressores, além de um amparo emocional ás vítimas, para que assim, a cultura do estupro diminua cada vez mais.