No Brasil, os nordestinos convivem com as consequências da falta de recursos hídricos há mais de séculos, já o Sudeste, enfrenta as adversidades geradas pelo problema há pouco mais de um ano. Diante disso, tanto as autoridades quanto a sociedade vêm adotando medidas emergenciais na tentativa de amenizar a situação. Entretanto, o contratempo persiste e afeta, não apenas o cotidiano da população, mas também impacta a economia. Nesse sentido, é importante ressaltar que, em 2015, o Estado de São Paulo enfrentou a pior seca dos últimos 84 anos. Tal crise implicou em incômodos com a higiene e alimentação das pessoas, pois, em alguns bairros, a quantidade de banhos chegou a ser nula em dias mais críticos. Além disso, alimentos típicos, como o feijão, não podiam ser cozinhados frequentemente, pois exigem considerável quantidade de água. Porém, o preocupante fenômeno foi importante na medida em que expôs alguns brasileiros ao desafio de gerir melhor os recursos e valorizá-los. Aspectos importantes para a construção de uma melhor sustentabilidade, principalmente por parte das gerações mais jovens. Também cabe lembrar os impactos que a incorreta utilização da água e sua consequente escassez ocasionam na economia. Afinal, o líquido é responsável por 85% da matriz energética brasileira e abastece largamente a agricultura. Assim, a energia elétrica e os alimentos ficam mais caros. Isso intensificará as desigualdades em um país com grande parte da população carente de finanças e que não suportará um acréscimo nos custos de insumos. Diante dos argumentos aqui apresentados, é possível concluir que a amenização do impasse só será possível através do engaje conjunto de governo, empresas e população comum. Sendo assim, as escolas devem ser incentivadas pelos órgãos da educação a incluírem em seus currículos debates transversais, através de metodologias artísticas (teatro), a respeito da importância de desligar o chuveiro na hora de passar o sabão e não exagerarem no tempo do banho do cachorro de estimação, por exemplo. Já as indústrias do setor privado, através das tecnologias computadorizadas, podem vigiar melhor vazamentos de canos utilizados no abastecimento hídrico de algum ponto, pois falhas no trajeto são responsáveis por grandes desperdícios. No mais, é papel das instâncias governamentais não apenas atribuírem legislações, mas também exigirem de seus membros (prefeitos e governadores) as obras de barragens e pontos de captação de chuva tão prometidos em épocas eleitorais. Só dessa maneira, a escassez total do solvente universal será adiada.