Após crises de abastecimento hídrico em todos os continentes o globo, cresceu a ideia de que, se o século XX foi o do petróleo, o XXI seria o da água. Enquanto isso, a associação entre o aumento do consumo e falta de ações contra o desperdício trouxeram essa questão até mesmo para o Brasil, país com uma das maiores ofertas desse recurso. Rios Amazonas e São Francisco, Aquífero Guarani, chuvas abundantes. O Brasil possui em seu território diversas fontes hídricas, apesar disso aumentam os problemas de abastecimento, então, se a disponibilidade não é a causa da seca, é necessário olhar então para a distribuição e o consumo. A população do país cresceu exponencialmente nos últimos anos e com ela também o consumo de água, entretanto, pouco foi realizado quanto à ampliação da infra-estrutura e com ela, da oferta, o que causa um desequilíbrio no fornecimento. Contudo, esse desequilíbrio poderia ter sido evitado também através do controle do consumo. A reutilização doméstica da água do banho para descarga é apenas uma das políticas amplamente aplicadas em outros países, que evitam o desperdício. No Brasil, apesar de campanhas como “xixi no banho”, que visa economizar o uso dos sanitários, essas campanhas são escassas e pouco eficazes, e as medidas de reciclagem desses recursos quase nulas. O número no hidrômetro das residências continua a crescer. Como a ampliação da infra-estrutura de oferta é uma medida de longo prazo, torna-se necessário, a curto, políticas que controlem o uso desse recurso de forma eficaz, o que pode ser feito através de medidas governamentais. Como os maiores consumidores de água são as indústrias e a agro-pecuária, medidas que façam essas instituições a reutilizar e economizar através de incentivos fiscais já diminuiriam drasticamente a demanda hídrica tomada e a disponibilizaria para o uso doméstico e comercial, contendo temporariamente os problemas de abastecimento, como o ocorrido em São Paulo em 2014 e 2015. Desse modo, torna-se visível que a falta de água não é só um problema de lugares áridos, mas ocorre em todo planeta. Para manter a sustentabilidade desse recurso é necessário, antes de tudo a diminuição do consumo através da reutilização, incentivada por campanhas midiáticas e incentivos governamentais. Associada à construção de estruturas para ampliação do abastecimento que respeitem o ciclo hídrico do ambiente. As ações de hoje definirão se o país da água sofrerá com a seca nas gerações futuras.