Na consagrada obra de Graciliano Ramos, "Vidas Secas", é possível perceber o contínuo anseio por sobrevivência humana com a finalidade de garantir um direito de todos: A água. Esse bem natural vem se tornando um problema cada vez maior pelo aumento de seu consumo e consequente escassez. Dessa forma, torna-se crucial a tomada de medidas que otimizem o uso de recurso hídrico e promovam uma melhor distribuição. Em primeiro lugar, um grande contribuinte para esse caos é o chamado "consumo virtual". Isto é, a quantidade líquida utilizada para a fabricação de produtos, como, automóveis ou a própria calça jeans, que necessita de 11.000 litros para atingir a tonalidade ideal. Com isso, podemos concluir que os cidadãos não são os únicos responsáveis pelo que vem ocorrendo com esse composto orgânico, as indústrias intensificam seu desperdício, ao visarem apenas o lucro comercial do sistema capitalista. Além disso, o Brasil enfrenta uma crise hídrica, principalmente, o estado de São Paulo, que sofre com o esgotamento do reservatório da Canteira. Esse fato, somado à falta de chuvas e demanda cada vez maior da população paulista, desencadeou um processo de conscientização e maior controle da distribuição de água em alguns dias da semana. No entanto, ainda que a mídia foque sua visão para a região mais desenvolvida do país, o Nordeste, há anos vem convivendo com as dificuldades de falta de abastecimento desse fluido. Isso mostra o descaso político na tomada de medidas que freiem o avanço da insuficiência hídrica no país. São notáveis, portanto, as causas da escassez desse solvente universal. Por isso, a mídia deve veicular propagandas que alertem e orientem ao público sobre o uso consciente. Em segundo lugar, tratar as águas de esgotos a fim de as indústrias as reutilizem de forma sustentável e, assim, conter os gastos do consumo virtual. O racionamento na região Sudeste, por sua vez, prevenirá a seca absoluta de água nesse período caótico. O Estado deve reorganizar seus projetos acerca da distribuição desse recurso principalmente na região Nordeste, adotando medidas que efetivamente otimizem essa atividade, além de investir em pesquisas para driblar os fatores climáticos.