O Brasil possui um dos maiores potenciais hídricos do planeta, nele se localizam os dois maiores reservatórios subterrâneos de água doce do mundo, o aquífero do Guarani e o Alter do Chão. Por conta dessa abundância, ocorre um certo descaso do poder público e da população, evidenciando na má gestão e no uso indiscriminado desse insumo, acarretando graves consequências futuras. No Brasil, a escassez de água não é um problema recente no Sertão nordestino. Por conta de sua condição climática, a região é castigada por longos períodos de estiagens. Entretanto, regiões sem históricos de seca vem enfrentando esse problema, como por exemplo a crise no Sistema da Cantareira, que atingiu a região metropolitana de São Paulo e a crise que atingiu as 9 cidades do Centro-Oeste mineiro. No caso de São Paulo, pode-se dizer que a raiz do problema está na falta de planejamento dos gestores públicos, onde há uma grave deficiência no processo de distribuição, em que cerca de 30% do líquido é perdido por conta de vazamentos. A população contribui cada vez mais para esse problema, deixando de lado atitudes básicas, como fechar as torneiras quando escovam os dentes ou reutilizar a água do banho, por exemplo. Além disso, a crise prejudica a economia do país em vários setores importantes como a agroindústria, onde a mesma consome 70% da água potável, além de ser responsável pelo fornecimento de gêneros alimentícios. Como disse o escritor brasileiro Guimarães Rosa, “A água de boa qualidade é como a saúde ou a liberdade: só tem valor quando acaba.” Estiagem, falha na gestão, falta de consciência e investimento, é a mistura desses fatores que nos leva à crise. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, a começar pelo investimento de competência do Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Governo Federal, em promover campanhas midiáticas para estar conscientizando cada vez mais a população sobre a importância da água e investir em mecanismos como racionamento e criação de cisternas. A irrigação por gotejamento, no caso da agroindústria, seria uma estratégia necessária a ser tomada pelo Ministério do desenvolvimento agrário, afim de reduzir o desperdício desse insumo.