Título da redação:

A seca ou a cerca?

Tema de redação: A crise hídrica brasileira: sustentabilidade da sociedade e da gestão pública.

Redação enviada em 11/07/2015

A partir da consolidação de um mundo capitalista, global e interdependente, após o fim da Guerra Fria, cresceu a demanda pela energia elétrica. Para a utilização dessa forma de energia sem dependência quase que completa dos recursos naturais, assim como é o caso de submissão brasileira, é necessário tecnologia. Na falta dela, problemas socioambientais e políticos acentuam-se no Brasil, a exemplo da crise hídrica de 2015, influenciando negativamente a vida dos brasileiros. Vale ressaltar que o obstáculo político motivado pela escassez de água tem a exemplificação no latifúndio, que remonta o seu surgimento no Império Romano, dominado por uma elite aristocrática. Não muito diferente, no Brasil, o Sistema de Capitanias Hereditárias efetivou a desigualdade social e, consequentemente, a má distribuição de terras. Assim, o problema não é a seca, é a cerca, pois a falta de estrutura das regiões assoladas por fenômenos climáticos que distribuem mal a chuva pelo país, o "El Niño", por exemplo, não se restringe apenas à falta de água, mas a aspectos políticos ultrapassados e não resolvidos pelo Estado, como a concentração fundiária. Ademais, analisando de forma análoga regiões como Dubai, que se desenvolveu em meio ao deserto e ao regime de chuvas baixo, e o Nordeste brasileiro, repleto de recursos naturais, mas atrasado financeira e socialmente, infere-se que a falta de tecnologia é fator preponderante para o agravamento dessa adversidade hídrica, como a pouca utilização da biomassa e da energia nuclear, por exemplo. Como efeito, há o aumento do valor da conta de energia para os brasileiros, por meio de bandeiras tarifárias, a partir da utilização de usinas termoelétricas poluentes, caras e arcaicas, em períodos de pouca chuva, em oposição às hidrelétricas, demonstrando as políticas de descaso governamental com a população. É, portanto, imprescindível que exista a parceria do Governo Federal com o Ministério do Planejamento e da Infraestrutura para a efetivação do DNOCS( Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), mediante a expansão do órgão nas regiões mais afetadas pela falta de chuva, a fim de amenizar na população mais pobre os efeitos socioambientais e políticos drásticos desse problema hídrico. Dessa forma, também é necessária, por meio de incentivos estaduais e do Ministério de Minas e Energia, a utilização em larga escala das usinas nucleares, bem como a de Angra dos Reis, por todo o Brasil, para diminuir o impacto em um ecossistema tão abundante, como o brasileiro, a começar pela utilização dessa energia de menor prejuízo à natureza.