Título da redação:

A crise hídrica brasileira

Tema de redação: A crise hídrica brasileira: sustentabilidade da sociedade e da gestão pública.

Redação enviada em 09/10/2017

Desde o Iluminismo e, posteriormente, a Revolução Francesa, a equidade acentuou-se expressivamente nas sociedades ocidentais, com objetivo de prover a justiça socioambiental. Contudo, apesar desse ideal histórico, o Brasil sofre com a grave problemática da crise hídrica frente à desigualdade de direito, seja pelo desrespeito à dignidade humana, seja pela ineficiência de políticas públicas. No âmbito da Constituição Federal Brasileira de 1988, está previsto no artigo primeiro o respeito à dignidade da pessoa humana. Todavia, tal princípio vem sendo desconstruído, uma vez que impera na sociedade uma cultura de força e poder, a qual contribui para a escassez da água. Bom exemplo disso é a expressão cotidiana “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, que propõe obrigar as futuras gerações, a aceitar o paradigma estático do desequilíbrio hídrico, estabelecidos pelos hábitos de alto consumo, que ligam a uma consciência crítica inepta a essa temática, por conseguinte, o desrespeito à dignidade, tanto na condição de sobrevivência, quanto no processo de inclusão social. Ademais, segundo o jornal O Globo, as ações governamentais não estão sendo satisfatórias para atenuar a degradação hidrológica. Sob essa ótica, a cultura brasileira, em grande parte, estigmatiza a sustentabilidade da sociedade dentro de uma política falida de lei e de ordem, algo comprovado através das denúncias do Ministério Público Federal – MPF, contra os desvios financeiros destinados ao bem comum desse corpo social. Diante do exposto, o mau uso das verbas públicas que aponta para a existência da atual crise econômica inibe a igualdade de direito, e, assim, incidência da má gestão hídrica é legitimada. Logo é imprescindível que o Estado, na figura do Poder Legislativo, promova políticas públicas assistencialistas, por meio de um projeto de lei que contemple de forma igualitária e coesa o manejo hídrico, para que seja possível democratizar a dignidade humana. Ademais, o terceiro setor deve conscientizar os pais e os professores das crianças, a fim de que discutam com elas acerca do consumo racional da água. Para tanto, deverão adotar o modelo proposto pelo pedagogo Paulo Freire, de uma educação politizadora, capaz de construir uma nação crítica e consciente em seus direitos e deveres. Quem sabe assim a equidade social proposta pelo Iluminismo poderá ser usufruída mais próxima de sua plenitude.