No filme “Pantera Negra”, Wakanda, uma cidade africana, possui o maior centro tecnocientífico do mundo. A partir de investimentos governamentais foram criados equipamentos com alta tecnologia, como displays hológrafos e carros voadores. Fora da ficção, há um avanço significante na descrença do pensamento científico no Brasil – principalmente por conta da falta de investimento em tais setores e a veiculação de notícias falsas. É preciso considerar, antes de tudo, o decréscimo na aplicação de capital em pesquisa nacional. De 2007 a 2015 houve um aumento significativo nos gastos em ciência. Porém, nos últimos três anos a verna para esses investimentos decaiu de forma significante. Diante desse cenário, órgãos tecnológicos, como o Capes, declararam que nos próximos anos provavelmente ocorrerá a diminuição de 30% do capital utilizado para tais fins, comprometendo auxílios financeiros para cientistas e a utilização de equipamentos com alto valor agregado. Dessa forma, torna-se inviável atingir um patamar confiável de desenvolvimento científico e conseguir divulgar resultados obtidos. Além disso, pode-se associar a descrença nos cientistas ao conceito moderno da “Era da pós-verdade”. De acordo com essa teoria, vive-se na época em que a verdade dos fatos é pouco significante para determinados grupos. Porém, a realidade dos acontecimentos é presumida a partir de crenças particulares. Ao associar essa ideia à veiculação de notícias falsas durante as campanhas de vacinação contra o sarampo e a poliomielite, em muitas cidades brasileiras, a meta de vacinação não foi atingida por conta desse fenômeno. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para minimizar a descrença no pensamento científico no Brasil. Para isso, o Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, em conjunto com instituições federais (como o Portal EBC), deve promover campanhas que atinjam grande parte da população. Tais campanhas devem ter como tema central os principais trabalhos científicos desenvolvidos no país, dando destaque a estudos que estão relacionados à saúde – com o intuito de desmistificar conceitos ainda veiculados à sociedade e propagar resultados de experimentos. Além disso, cabe ao Governo Federal promover novas parcerias com instituições privadas, de modo que haja mais investimento em pesquisas nacionais.