Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A crescente descrença no pensamento científico no Brasil

Redação enviada em 05/08/2017

Nos últimos anos, doenças consideradas erradicadas ou controladas na Europa e nos Estados Unidos, como difteria e sarampo, ressurgiram após décadas sem notificações. A publicação de estudos tendenciosos sobre a imunização, desconfianças acerca das verdadeiras intenções da indústria farmacêutica e o temor por produtos relacionados à pesquisa científica estão entre os principais motivos para esse acontecimento. No hemisfério oposto, os grupos anticiência brasileiros também vêm ganhando força no país e, dessa forma, convém a análise das principais consequências da descrença na ciência no Brasil. Observando o caso dos antivacinistas e do negacionismo do aquecimento global, por exemplo, nota-se que a proliferação de ideias contra as conclusões científicas são um risco ao bem comum da sociedade e impede a colaboração dos cidadãos, e consequentemente de governos, na adoção de mecanismos que possibilitem a resolução de questões locais e globais. Ademais, a disseminação de suspeitas exacerbadas sobre a comunidade científica e seus integrantes gera um alarmismo desnecessário na sociedade. Outrossim, algumas medidas impedem a resolução do impasse. Um exemplo disto é a falta de conhecimento da sociedade em relação ao funcionamento das pesquisas. Segundo o PISA – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – realizado em 2016, 56,6% dos alunos ficaram abaixo do nível considerado ideal para desenvolver um cidadão crítico e informado em questões científicas. Além disso, o destaque dado à pseudociências, falsas notícias e teorias conspiratórias na mídia contribuem para a propagação de ideias errôneas sobre as conclusões dos estudiosos. Portanto, torna-se necessário que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações determine a obrigatoriedade dos meios de comunicação de apresentar o ponto de vista científico ou aviso quando o conteúdo exposto contrapuser suas afirmações, bem como estabelecer campanhas midiáticas em parcerias público-privadas com o objetivo de explicar o funcionamento do método científico à sociedade e alertar sobre os movimentos que demonstrem ser as maiores ameaças ao bem comum, como aquelas já expostas anteriormente. E posto que sem educação a sociedade não muda – conforme afirmou Paulo Freire – o Ministério da Educação deve implementar o ensino da metodologia científica no currículo escolar dos ensinos fundamental e médio e preparar professores da área para ministrar as devidas aulas.