Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A crescente descrença no pensamento científico no Brasil

Redação enviada em 17/07/2017

Nos últimos anos, o Brasil vem passando por inúmeras crises e transições, as quais podem modificar toda a sua estrutura, seja no âmbito social, político, ou econômico. Nesse sentido, parece haver também uma espécie de transgressão científica e cultural, um retorno ao conservadorismo como resposta aos temores da sociedade , em frente a essas alterações em sua dinâmica. O movimento feminista, a questão de gênero, os direitos do público LGBT e a volta do Black: todas essas manifestações "repentinas" dão a impressão de um conflito de velho versus novo. Dessa forma, quando deparados com fatos que não conseguem entender, certos setores sociais tendem a se fechar e rejeitar as novas ideias. Esse fenômeno pode ser explicado a partir da teoria do fato social de Durkheim, ou seja, esses setores convivem apenas com pessoas que pensam de maneira análoga à sua, criando um sistema linear de propagação de ideias. Assim, a sociedade se divide em grupos que não interagem entre si, impossibilitando a troca de visões de mundo diferentes e culminando na alienação, que se manifesta de várias formas. Outro impulsionador da descrença científica é o que se pode chamar de "comercialização do diploma". No brasil, não tem a noção da universidade como porta de entrada para o meio acadêmico. A graduação a nível superior é vista como um título possibilitador de melhorias no salário ou de mudança de cargo. Prova disso é que apenas 7% dos brasileiros são formados na faculdade e, desses 7%, uma parcela muito menor se dedica à pesquisas científicas. Isso mostra que o país não costuma formar cidadãos questionadores, que experimentam e debatem no meio acadêmico. Essa situação contribui ainda mais para a propagação do mesmo "disse me disse" unidimensional mencionado previamente. Logo, percebe-se que a descrença científica deve ser vista, antes de tudo, como um fato social. Para remediá-lo, os professores devem estimular as crianças a pesquisar e questionar, criando novos laboratórios e feiras de ciência. Além disso, o governo federal deve agir como mediador dos conflitos sociais do novo século, assegurando direitos às novas camadas e barrando certos princípios conservadores que podem tomar corpo através de leis e políticas excludentes. Ademais, o ministério da educação deve incentivar novos projetos de pesquisa e promover palestras gratuitas nas escolas, de forma a mudar o senso comum da juventude em relação aos fatores problemáticos.