Em "O mundo assombrado pelos demônios", Carl Sagan reafirma o título para transfigurar, na figura do demônio, os negacionistas científicos. De maneira análoga, observa-se no Brasil o avanço, bem como os danos, da descrença na ciência. A ascensão da pseudociência nos anos 80 não foi uma mera febre, o seu vírus perdura até hoje nos principais meios midiáticos. "Youtubers" e figuras públicas costumam sustentar uma falsa ciência, à exemplo da associação de microcefalia em bebês com vacinas dadas às mães, que, consequentemente, afastou-as da prevenção. De mesmo modo na TV, onde autoridades públicas reafirmar descrenças, como no aquecimento ambiental. As consequências na saúde pública -em ambos os casos- foram causadas por círculos midiáticos, que, irresponsavelmente propaga-os. Ademais, a precária formação e remuneração de pedagogos auxilia nesta estrutura anti-ciência. Bem como a relação político-ideológica que a acompanha. Promover educação e divulgação científica de qualidade é essencial para inviabilizar, até mesmo, o crescimento de figuras políticas analfabetas científicas -como Trump- no Brasil. Diante do exposto, faz-se necessário que o Ministério da Comunicação (M.C.) e Educação (M.E.C.) fomentam a propaganda científica, como também invistam na qualidade dos educadores, de forma que valorize seu trabalho monetariamente. Além disto, o aumento da verba estadual para pesquisa científica é essencial para que o seu pensamento estabeleça-se na população. Quanto a mídia, o governo federal pode exigir fidedignidade com a verdade das informações na TV aberta, e, nas redes sociais, a não-remuneração por parte das empresas privadas aos conteúdos pseudocientíficos basta para não fomenta-los. Deste modo alcançaremos uma sociedade livre dos demônios.