“Não deixem nada à sorte. Controlem tudo. Combinem observações contraditórias. Dê-lhes tempo”. A frase do pai da medicina, Hipócrates, já sintetizava, há mais de 2500 anos atrás, o método cientifico. Porém, no Brasil moderno, este método, e por consequência a própria ciência, vêm caindo em descredito e perdendo espaço para a ‘não ciência’, que afasta, perigosamente, o cidadão de sua própria realidade. É importante salientar, a priori, que a glorificação das pseudociências, das quais integram a astrologia e as seitas religiosas, privam parte esmagadora da população do acesso ao verdadeiro conhecimento cientifico. Tal situação é propiciada pela fácil difusão desse tipo de ideias na grande mídia através de livros, séries, filmes e até mesmo os “youtubers”. Prova disso são as listas de livros mais vendidos no país, nas quais raramente constam obras de caráter acadêmico ou mesmo didático. É fundamental pontuar, ainda, que a lacuna deixada pela falta de conhecimento cientifico torna o cidadão alheio à problemas cotidianos que podem alterar toda a dinâmica social. Isso porque, a inconsciência para com questões como a obesidade, o aquecimento global e a falta de água potável, leva o povo à ociosidade no que se refere a busca de soluções para elas, além de culminar no agravamento de tais problemas. Visto isso, intervenções são necessárias para solucionar este impasse. O Ministério das Comunicações, em parceria com o Ministério da Cultura e as emissoras de televisão aberta, deve ampliar o espaço para a exibição de programas como “Cosmos” que tem por objetivo democratizar o acesso à ciência. Ademais, o Ministério da Educação deve adicionar ao currículo escolar obras que abordem temas acadêmicos de maneira lúdica e acessível, como o infantil “O Mundo de Sofia”, que trata da história da filosofia, e a coleção “Para iniciantes” que aborda os mais diversos temas de maneira instrutiva e com uma linguagem simplificada.