“Se o conhecimento cria problemas, não é a ignorância que o resolve”, frase clássica de Isaac Asimov, famoso cientista e escritor conhecido como um dos maiores divulgadores de ciência. Ciência essa que se desenvolveu principalmente após o iluminismo, amparada em preceitos de razão e ceticismo que guiaram o chamado método científico. Mas, com o advento do fácil acesso a informação e conhecimento na contemporaneidade, inúmeras hipóteses e teorias se nomeiam como científicas sem ao menos atenderem as prerrogativas básicas do método científico. A partir disso, de que forma esses ditos “conhecimentos científicos” interferem na credibilidade da ciência na realidade brasileira? Com o crescimento e a expansão de pseudociências, vemos cada vez mais o aparecimento de atitudes e ações de teor altamente contraditório à ciência em si, desinformações divulgadas constantemente na mídia, como a de que certos tipos de vacina estão ligadas diretamente as ocorrências de autismo contribuem para que a visão negativa e descrente com o conhecimento científico ganhe força, beneficiando sobretudo, charlatões que oferecem inúmeras “alternativas” em relação ao padrão conhecido, principalmente em áreas ligadas a medicina, como vemos com “tratamentos” oferecidos por esses charlatões de doenças gravíssimas, como o câncer, onde o risco ao paciente, que em vários casos abandona o tratamento padrão, é imenso. O mais recente caso de grandes proporções relacionado a pseudociências ocorreu ligado a um dos maiores centros de pesquisa do país, a Universidade de São Paulo (USP), onde uma suposta droga que seria capaz de curar qualquer tipo câncer foi distribuída de forma livre e sem nenhum acompanhamento de pesquisa teste ou validez de alguma instituição hábil a isso. A propagação sobre esse suposto remédio foi principalmente intensa nas grandes mídias, que sequer buscou a opinião de profissionais ou pesquisas, servindo assim, como mais um exemplo de desinformação em relação à ciência no Brasil. Assim, observa-se que a desinformação científica é o principal ponto de amparo ao crescimento da descrença em relação à ciência no país, e as principais atitudes necessárias para o combate a esse problema, se ligam principalmente a necessidade de se ensinar o que realmente é ciência, ensinamento esses que devem ocorrer principalmente por ação governamental através de campanhas de conscientização científica de nível nacional e ensino em escolas de nível médio e fundamental, assim, teremos uma sociedade com grande embasamento científico, inibindo charlatanismos e pseudociências.