Título da redação:

Mobilidade urbana precária: negligência e insuficiência

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 18/03/2017

Nota-se, no contexto brasileiro, que a mobilidade urbana é deficiente, visto que o aumento no número de automóveis foi dez vezes maior do que o acréscimo populacional nos últimos anos, consoante Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Isso ocorre devido à falta de planejamento na urbanização das cidades e o crescimento excessivo de veículos automotores para transporte individual. Vale ressaltar que congestionamentos, acidentes com mortes, transportes públicos lotados formam parte do cenário desse caos urbano. No tocante à falta de planejamento, a ocupação dos municípios de forma desordenada prejudica a locomoção dos moradores, uma vez que megalópoles, como São Paulo, possuem bairros periféricos e os habitantes convergem ao centro para atividades de rotina. A partir daí, residentes de bairros distantes de grandes cidades, como Cuiabá, sofrem com a carência de infraestrutura, à medida que muitas pessoas fazem viagens de três horas diárias ao trabalho, segundo reportagem da TV Centro América. Destaca-se na colonização brasileira dessas regiões a preocupação com a mineração e não na qualidade de vida do povoamento. Partindo dessa premissa, outro fator está relacionado, a ampliação no uso de automóveis individuais em detrimento da utilização dos transportes coletivos, posto que estes se encontram em estado de calamidade em razão da superlotação. Dessa forma, a herança histórica de políticas rodoviárias, enfatizadas na administração governamental de Juscelino Kubitscheck, persistem devido à redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos industrializados e à concessão de mais crédito ao consumidor nas últimas décadas. Em consequência disso, amplifica o índice de vítimas de acidentes de trânsito por causa das péssimas condições para movimentação nos locais urbanos, dado que a Organização Mundial da saúde (OMS) realça o Brasil sendo o quarto país da América com maior taxa nesse setor, sendo essa 23,4 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, conforme suas pesquisas. Contudo, é necessário que o Estado adote políticas públicas de investimento nos meios alternativos de locomoção para a massa populacional nos eixos brasileiros, como trens e metrôs, pois irá atenuar o contingente de veículos que transitam nas ruas, principais meios usados, assim como proposto por especialistas em urbanismo e geografia da universidade de Brasília. Assim sendo, alcançará o desenvolvimento nacional e mundial, oitava meta do milênio da ONU, além de assegurar o direito à vida digna, preconizado na Constituição Federal de 1988.