O ex-presidente Washington Luís, autor da afirmação ‘’governar é construir estradas’’, iniciou a urbanização do país, cuja característica principal era o crescimento acelerado e a construção de rodovias. Nesse contexto, hoje, observa-se as consequências dessa política na mobilidade urbana ineficiente das vias brasileiras, haja vista a falta de planejamento e de infraestrutura que as configuram. Em primeiro plano, é fundamental repensar o planejamento de veículos utilizado no desenvolvimento das cidades. A esse respeito, cabe ressaltar que, em meados do século XX, a motivação gerada pela chegada das fábricas de automóveis no Brasil, como Ford e Toyota, resultou na supervalorização do carro, em detrimento do metrô e da bicicleta. Nesse sentido, atualmente, a falta de variedade nos transportes utilizados gerou um inchaço nos centros urbanos, além de imobilidade e congestionamentos em demasia. Assim, indo de acordo com o que inferiu o historiador Amiano Marcelino: um planejamento eficaz é capaz de vencer todos os males de uma nação. De outra parte, a infraestrutura precária das cidades, bem como dos transportes públicos, prejudica o direito de ir e vir da sociedade. Dessa maneira, tendo em vista o asfalto deteriorado e as calçadas prejudicadas, além dos ônibus danificados, a população encontra-se com a mobilidade ameaçada, porquanto tais condições não são corrigidas e permanece a preferência por um único meio de locomoção. Como prova disso, segundo o IBGE, cerca de 83% dos brasileiros não se sentem seguros com a estrutura das vias urbanas. Logo, enquanto o Estado não proporcionar um espaço adequado à locomoção, casos de acidentes por buracos e sinalização, por exemplo, continuarão existindo. Nessa perspectiva, portanto, mostra-se necessário aprimorar a mobilidade urbana no país. Para tanto, cabe ao Ministério de Transportes, por meio dos investimentos direcionados a esse setor, diversificar a variedade mobilística das cidades, com metrôs e ciclovias, os quais seriam planejadamente estruturados de forma a garantir a segurança na utilização deles. Essa iniciativa, além de contribuir com o desinchaço das rodovias, melhora a infraestrutura dos meios de transporte usados pelos indivíduos, os quais serão menos afetados por acidentes e congestionamentos.