Título da redação:

Malha urbana

Proposta: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 08/06/2017

A sociedade brasileira contemporânea é marcada pelo avanço da engenharia automotiva. Todavia, é notório o retrocesso nas condições de deslocamento da população. Dessa forma, a dificuldade na mobilidade urbana tem se manifestado em diversos meios, com ênfase em transportes coletivos, porém, não extintos em individuais, contrariando o direito de ir e vir, previsto na Constituição. Diante disso, investigam-se fatores responsáveis pela situação, sobressaindo-se o grande número de veículos no país e a carência de transportes alternativos de qualidade. Antes de tudo, observa-se que a má qualidade do transporte público contribui para crise da mobilidade, visto que o público insatisfeito e influenciado pelo fetiche de mercadoria, denominado por Karl Marx e difundido pela mídia, enxerga vantagens em meios de deslocamento próprio. Entretanto, essa alternativa ocasiona um trânsito caótico com engarrafamentos quilométricos, além das falhas de sinalização, bem como buracos no asfalto e a violência que já colaboram para tal problemática. Em metrópoles como o Rio de Janeiro, esquemas de rodízios foram adotados na tentativa de amenizar essa adversidade, mas ainda assim é uma medida insuficiente. Ademais, embora o Brasil apresente ciclovias, ainda que poucas, e hidrovias, o maior fluxo de transporte é nas rodovias. Conforme dados do IBGE, na última década, o número de veículos mais que duplicou. Contudo, esse aumento não foi acompanhado de uma melhoria na estrutura de deslocamento. Consequentemente, essa situação concorre para o aquecimento global e/ou poluição sonora. Dessa maneira, fica evidente que essa conjuntura afeta os cidadãos em vários níveis, como também demonstra a urgência de rever as condições de transporte do país para proporcionar um equilíbrio. Logo, para solucionar tais problemas, faz-se necessária a efetivação destas medidas na realidade da população. Primeiramente, cabe ao Ministério dos Transportes investir na diversificação dos modais de deslocamento, do mesmo modo que aprimorar a qualidade dos já em funcionamento. Em adição, o Ministério das Obras deve promover a construção de ciclovias e incentivos fiscais ao uso de bicicletas pelos habitantes. Por fim, é imperativo que a sociedade fique atenta ao que é seu por direito, reivindicando perante as autoridades responsáveis, justiça nas taxas e prestações desses serviços. Associados esses caminhos garantirão os princípios básicos de universalidade, integralidade e equidade do transporte, estabelecidos pela Constituição.