Título da redação:

Instabilidade nos deslocamentos

Proposta: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 11/09/2018

Dados publicados pelo Denatran – Departamento Nacional de Trânsito – apontam que na última década o número de automóveis nas metrópoles do Brasil praticamente dobrou: foi de 11,5 milhões para 20,5 milhões. O aumento é ainda mais notável no caso das motocicletas, que passaram de 3,5 milhões para 18,3 milhões nesse período. Tal episódio advém de contextos histórico-sociais. Nessa perspectiva, é essencial que subterfúgios sejam identificados a fim de resolver essa problemática. É importante pontuar, de início, que a cultura dos transportes rodoviários está impregnada há anos na sociedade. Instituído pelo Regime Militar, o I PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), ocorrido entre os anos de 1972 e 1974, foram implementados diversos projetos rodoviários no País, exemplo disso é a construção da Rodovia Transamazônica. Com isso, fica evidente que a precariedade na variedade de modais de transporte está presente no cotidiano dos brasileiros, prova disso é a saturação dos transportes rodoviários no país, ocasionando acidentes frequentemente, além de gerar sérios danos ambientais. Desse modo, é necessário uma revisão por parte do Poder Público referente a esses fatores. Outrossim, é válido ressaltar, ainda, que diversos elementos corroboram para a debilidade da mobilidade urbana. Na obra “A Urbanização Brasileira", o geógrafo brasileiro Milton Santos, reconhecido internacionalmente, relata a reorganização do território e os elementos de estruturação do espaço, evidenciando a migração pendular, onde um grande quantitativo de indivíduos se deslocam todos os dias para seus trabalhos. Destarte, a população brasileira é afetada, pelo fato de passar um longo período em direção ao destino definido. Dessa forma, é vital que haja uma maior diversificação nos meios de locomoção na contemporaneidade. Urge, portanto, nos dias hodiernos, a implementação de medidas públicas, que são impreteríveis para resolver o impasse. Cabe ao Ministério dos Transportes, em parceria com o Ministério das Cidades, ampliar a quantidade de verbas para a construção de ferrovias e ciclovias, tanto nos municípios descentralizados, como nas regiões metropolitanas, por intermédio do Governo Federal, para, dessarte, reduzir os obstáculos que ocorrem diariamente nas rodovias. Ademais, o Estado deve promover campanhas em defesa das hidrovias, uma vez que a rede de afluentes do Brasil é constituída por rios extensos, por meio de projetos de lei, investimentos e propagandas nos meios de comunicação, para que assim, a sociedade possa aproveitar dos meios que a própria natureza oferece.