Título da redação:

Herança

Tema de redação: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 04/03/2017

É notório, desde a primeira revolução industrial, ocorrida na Inglaterra no século XVIII, o aumento descontrolado da população urbana, quando comparado à rural. Esse fenômeno, conhecido como urbanização, possui uma característica peculiar em países subdesenvolvidos, como o nosso: as cidades crescem juntamente com a população, porém desordenadamente. A longo prazo, essa peculiaridade traz diversas consequências socioespaciais. Entre elas, está É necessário entender, primeiramente, como o processo de urbanização ocorreu no Brasil. A partir da segunda metade do século XX, o nosso país vivenciou um tardio, porem acelerado processo de industrialização que, adicionado a mecanização do campo e a alta concentração fundiária do país, provocou a migração em massa da população do campo para os centros urbanos, obviamente não preparados para isso. Tal população, agora empregada na cidade, passou a se aglomerar nos arredores da mesma, gerando, assim, as periferias das grandes metrópoles. Atualmente, o deslocamento diário de ida e vinda dos trabalhadores das periferias para a cidade, conhecido como movimento pendular, é um dos grandes causadores da atual crise de mobilidade vivenciada nas grandes cidades. É necessário perceber, ainda, como a péssima qualidade dos transportes públicos de massa, que deveriam desafogar o trânsito dos grandes sítios urbanos, também influi na atual crise de mobilidade urbana. Segundo dados de 2015 coletados pelo IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião de Estatística) em São Paulo - a cidade que mais sofre com engarrafamento no Brasil - 80% dos motoristas abririam mão de dirigir para utilizar transportes públicos alternativos, caso fossem de qualidade. Nota-se, logo, que a solução do problema não está nas mãos de quem tem que lidar com ele diariamente. Percebe-se, portanto, que a aglomeração de automóveis em cidades não planejadas para isso resultou na crise de mobilidade que elas vivenciam hoje. Logo, os governos estaduais, em parceria com os municípios, devem investir na criação de linhas de trem e metrô, que liguem as periferias ás grandes cidades, diminuindo, assim, a quantidade de utilizadores de automóveis e, consequentemente, os engarrafamentos nos horários de pico. Com essa mesma finalidade as prefeituras municipais devem, também, aumentar o número de ciclovias, de linhas de ônibus, e de faixas exclusivas para ônibus, de modo que, ao menos parte dos atuais motoristas, tenham a oportunidade de migrar para meios de transporte alternativos.