Título da redação:

Ferramentas certas

Proposta: A crescente crise da mobilidade urbana brasileira

Redação enviada em 13/09/2016

No início do século XX, o Rio de Janeiro passava por transformações urbanistas promovidas pelo prefeito Pereira Passos, afim de transformar a capital do Brasil na "nova Paris". Este alargou ruas, para até cinco faixas, visando a eficiência da mobilidade urbana futura, já que na época haviam poucos carros circulando na cidade. Entretanto, o que ele não sabia era que no século XXI ruas como essas não dariam vazão devido à crise de transporte, que é causada pelo excesso de veículos privados e falta de investimento em transporte público, no âmbito nacional. Em primeiro plano, é necessária a percepção que o número exacerbado de veículos devido ao consumo desenfreado é uma barreira para superar a crise. Tal premissa fica evidente no resultado da pesquisa do IBGE na cidade de São Paulo, que há dois carros por habitante. Esse fato é percebido na conclusão do sociólogo Jean Baudrillard na obra "A sociedade de consumo", que afirma que em adquirir o excesso, o indivíduo deixa de somente existir e passa realmente a viver. Fica claro que esse excesso de carros existente não é de fato uma necessidade, já que há mais de um por pessoa, e sim oriundo da mentalidade de que consumo é ato de diferenciação, que por consequência mantêm o caos urbano. Além disso, a falta de transporte público de qualidade e eficiente também deve ser levada em consideração para a perpetuação do problema. Um exemplo disso é evidente na comparação das linhas de metrô do Rio de Janeiro e Xangai, em que no ano de 1993 somente o Rio o tinha, mas em 2016, Xangai tem quase 400km a mais. O que demonstra o descaso Estatal para acompanhar o crescimento populacional e suas novas demandas, já que por serem poucas linhas, estas ficam saturadas e ligam poucos lugares. Por consequência, desestimula sua utilização pela sociedade. Fica evidente, portanto, que a mentalidade do brasileiro de ostentação e a precariedade do transporte público deve mudar para amenizar o problema. Para isso, o Governo Federal deve instituir impostos para a compra do segundo carro e se inspirar em Xangai para aumentar consideravelmente as linhas de trem e metrô com maior frequência para diluir o fluxo intenso de passageiros em uma só viagem. Para que assim, usando as ferramentas corretas se construa um futuro promissor.