Os anos dourados de Juscelino Kubitschek propiciaram o desenvolvimento industrial especialmente no setor automobilístico, sendo construídas rodovias e consolidando assim a “cultura do carro” no Brasil. Todavia, o caos urbano causado pelo crescente uso dos carros produziu um dilema na ocupação do espaço, provocando engarrafamentos, problemas ambientais e sociais. Segundo dados divulgados pela Associação Nacional de Transporte Urbano, o número de usuários de transporte público caiu 9% ao mês de 2014 para 2015, devido à problemas como a falta de autonomia e infraestrutura precária, levando a população a buscar alternativas como os veículos individuais, o que é corroborado pela Federação Nacional de Veículos Automotores, cujos dados mostram um aumento de 6% na venda de carros de 2016 para 2017. Como consequência disso e juntamente com a ausência de ciclovias pelas ruas do país, é crescente a emissão de gases de efeito estufa, os acidentes de carro e a dificuldade de locomoção. Diferentemente da Dinamarca, onde cerca de 50% da população utiliza a bicicleta como principal meio de transporte, o Brasil segue uma linha diferente e institui o carro como forma de ir e vir, muitas vezes não por uma questão de necessidade, mas de status: possuir um veículo é possuir poder de compra. Fica claro, assim, que a dificuldade de locomoção urbana é um problema cultural, social e ambiental, e para saná-lo é necessário que o Ministério das Cidades ofereça uma melhor estrutura cicloviária à população, desenvolvendo assim uma cidade mais limpa, uma diminuição do sedentarismo propiciado pelos carros e um espaço melhor aproveitado. Ademais, é importante que haja maiores investimentos nos transportes públicos por parte das empresas privadas, fazendo com que seu uso seja recorrente e para que se construa um lugar transitável.